Cerca de 90% das crianças com doença oncológica, que participaram num estudo no IPO do Porto, revelaram desconforto na cavidade oral – boca ou garganta - com queixas específicas de mucosite, uma inflamação causada pelos efeitos da radio ou quimioterapia.
Os resultados são da investigação vencedora da 4ª edição do Prémio Rui Osório de Castro/Millennium bcp, que vai ser entregue a 8 de Fevereiro, durante o 6º Seminário de Oncologia Pediátrica, na Fundação Calouste Gulbenkian.
“Perceber Para Prevenir A Mucosite Oral Em Crianças Com Doença Oncológica”, liderada por Patrícia Nunes Correia, médica dentista odontopediatra, professora auxiliar da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade Católica Portuguesa e colaboradora do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS), vai receber 15.000 euros. A quantia vai permitir a continuidade do projeto, que pretende compreender a relação entre variações nos genes e a mucosite oral dos pacientes.
O júri atribuiu ainda duas menções honrosas aos projetos “Crescimento Pós-Traumático Em Jovens Sobreviventes De Cancro E Suas Famílias”, de Margarida Custódio dos Santos, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa e da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, e “Terapia Dirigida Para Neuroblastoma Com Exossomas E Rna De Interferência”, de Sónia Guedes de Melo, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).
O cancro é a primeira causa de morte não acidental na população infanto-juvenil, pelo que a investigação é fundamental. Segundo Cristina Potier, diretora da Fundação Rui Osório de Castro, “este prémio tem sido uma peça fundamental para contribuir com recursos para o desenvolvimento e manutenção de projetos capazes de incentivar e promover a melhoria dos cuidados prestados às crianças com doença oncológica”.
A importância dos avanços neste domínio também levou a Fundação Millenium bcp, que tem na Ciência e Conhecimento uma das suas principais áreas de atuação, a apoiar este prémio desde a primeira hora. O objetivo é “contribuir para o caminho de melhoria da qualidade de vida das crianças diagnosticadas com cancro e respetiva cura”, sublinha Fátima Dias, Administradora da Fundação.
Ainda durante o 6º Seminário de Oncologia Pediátrica vão ser conhecidos os mais recentes resultados da investigação vencedora em 2019, o projeto “Interleucina 6 (IL-6) e interleucina 8 (IL-8) como preditores de infeção bacteriana em doentes oncológicos pediátricos com neutropenia febril”, de Ana Catarina Cordeiro, Interna de Pediatria no Hospital Pediátrico de Coimbra.
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