Segundo a equipa de investigadores, o chá verde «diminui o tecido adiposo visceral» (gordura que se concentra na barriga) «que é mais prejudicial para a saúde do que o tecido adiposo subcutâneo» (gordura que se acumula por baixo da pele, especialmente nas coxas e nádegas).
O trabalho, integrado numa linha de investigação dedicada ao estudo dos efeitos de vários componentes alimentares na gordura corporal, teve como objectivo «esclarecer os mecanismos de acção do chá verde no tecido adiposo», explica a cientista Rosário Monteiro, do Serviço de Bioquímica da FMUP.
As conclusões ressalvaram que o consumo de chá verde interfere na «organização» da gordura corporal, criando «um padrão celular mais saudável e menos propenso ao desenvolvimento de patologias», como «hipertensão, dislipidemia, resistência à insulina e intolerância à glicose».
Recentemente, a FMUP publicou um estudo onde demonstrava que o consumo do chá verde atrasa o processo de envelhecimento cerebral.
Noutro estudo (também deste ano), foi anunciado que o extracto de chá verde apresenta um «efeito inibidor» sobre o crescimento de células do cancro renal.
2010-07-20
Estudo: Chá verde «retarda» envelhecimento cerebral
O consumo regular de chá verde atrasa o processo de envelhecimento cerebral, concluiu um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).
A investigação, que teve por base experiências com animais, revelou efeitos benéficos do chá verde numa região do cérebro ligada à memória.
Liderado pelo investigador do Centro de Morfologia Experimental da FMUP, José Paulo Andrade, o estudo teve como objectivo «perceber o efeito do consumo regular de chá verde nas alterações provocadas pelo envelhecimento no hipocampo, uma região do cérebro envolvida na formação da memória», segundo a faculdade.
Foi estudado um grupo de ratos velhos com 19 meses de idade, que ingeriu chá verde diariamente desde os 12 meses. Este grupo foi depois comparado com espécimes da mesma idade que não ingeriram chá verde e com outros mais jovens.
Para aferirem o grau de envelhecimento dos diferentes grupos de animais, os investigadores analisaram parâmetros morfológicos, bioquímicos e comportamentais.
O processo de envelhecimento está associado à ocorrência de stresse oxidativo (que causa lesões nas células cerebrais) e, consequentemente, à redução da capacidade de aprendizagem e da memória. Sabe-se ainda que, com o avançar da idade, as células do sistema nervoso central (SNC) acumulam lipofuscina, uma substância que resulta da incapacidade de degradação de componentes celulares (lixo celular), sendo usada como marcador do envelhecimento.
Os resultados demonstraram que os animais que consumiram chá verde estão em «melhor forma» mental que os outros: «foram menos expostos ao stresse oxidativo, acumularam menor quantidade de lipofuscina nas células do SNC e obtiveram melhores resultados nos testes de aprendizagem e memória espacial».
É convicção dos investigadores que os efeitos neuroprotectores do chá verde na formação do hipocampo se devem à elevada concentração nesta bebida de catequinas, que pertencem ao grupo dos polifenóis e, entre outras acções, exercem «uma forte actividade antioxidante».
A quantidade de chá verde fornecida aos ratos corresponde a aproximadamente a meio litro por dia nos humanos. Os autores do estudo aconselham o consumo regular, enquanto parte de uma dieta normal e equilibrada. Recentemente, outro estudo apontou o «efeito inibidor do chá verde no cancro renal».
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