O ministro da Saúde anunciou ontem, no Porto, que o Estado vai investir 30 milhões de euros num medicamento para ajudar a tratar a paramiloidose (doença dos pezinhos),nos próximos dois anos, em que deverão ser abrangidos 450 doentes.
“O contrato celebrado entre a Infarmed [Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde] e a empresa farmacêutica [Pfizer] resultou de um processo negocial em que as partes tiveram várias intervenções e no qual ficou definido um valor a suportar pelo Serviço Nacional de Saúde [SNS] para dois anos superior a 30 milhões de euros”, anunciou Paulo Macedo, no Hospital de Santo António, no Porto.
Durante a cerimónia de assinatura do protocolo de utilização do Tafamidis, medicamento para a paramiloidose, através do SNS, o Ministro da Saúde acrescentou que, se os 30 milhões de euros forem ultrapassados, “a empresa farmacêutica devolverá a parte excedente ao SNS”.
Segundo Paulo Macedo, o acordo foi conseguido depois de “muitas negociações em que obviamente houve uma redução do preço proposto inicialmente” e o medicamento deverá estar disponível ao longo do próximo mês.
Nesta primeira fase deverão ser abrangidos 450 pacientes que sofrem de paramiloidose, uma doença que tem uma forte prevalência em Portugal, especificamente nas regiões norte e centro e, por isso, estima que serão de “extrema importância os ganhos de saúde esperados pela utilização do Tafamidis.
O ministro da Saúde confirmou que os custos para tratar a paramiloidose com os transplantes hepáticos rondam os 400 mil euros por doente e que o Tafamidis tem um custo de 120 mil euros por pessoa.
Paulo Macedo sublinhou, no entanto, que, clinicamente, a medicação não evita o transplante hepático a prazo e que, portanto, o SNS vai continuar a “dinamizar os transplantes”.
“Temos que tratar estes doentes com esta medicação e tratar de continuar com o esforço, que tem vindo a ser feito, de aumentar os transplantes e o sucesso nos transplantes que têm vindo a ser feitos”, declarou aos jornalistas à margem da cerimónia a que presidiu.
A paramiloidose ou a “doença dos pezinhos” é crónica, neurodegenerativa, progressiva e hereditária, manifestando-se entre os 25 e 35 anos.
18 de maio de 2012
@Lusa
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