Invocando a circunstância de a Madeira ser uma ilha, isolada por muitos mais quilómetros do que um residente no continente, o médico Eduardo Barroso afirmou ser viável a sua equipa deslocar-se mais vezes ao arquipélago, evitando desta forma o incómodo dos doentes regionais terem de viajar para o continente.

"Para esses doentes podíamos, de facto, vir aqui tratar os doentes ou em conjunto ou da forma que se entenda que deva ser feita e no que diz respeito ao [hospital] Curry Cabral, na proposta que foi feita, nós decidimos isso em conjunto, sem nenhum custo acrescido", afirmou.

A concretizar-se a proposta, a equipa do Curry Cabral junta-se à equipa do hospital São João, do Porto, que há três anos observa doentes hepato-bilio-pancráticos.

O Secretário Regional da Saúde, Faria Nunes, confirmou que a vinda de Eduardo Barroso à região permite aprofundar a possibilidade.

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"No futuro será, provavelmente, com vindas mais recorrentes e aproveitaremos no sábado [dia 09 julho] para conversar sobre como efetivar no terreno essa disponibilidade", disse.

Os médicos Eduardo Barroso, Luís Tomé, Costa Maia, Ricardo Gorjão, entre outros, estão na região para participar no curso de atualização em gastrenterologia, que terá lugar na sexta-feira e no sábado e, durante a estadia, ainda irão analisar casos clínicos e observar doentes.

Na região, de acordo com os dados fornecidos pelo chefe da cirurgia do Serviço Regional de Saúde, Fernando Jasmins, são cada vez mais os doentes com patologia hepática e a necessitar de transplante, sendo que o número avançado é de 10 por ano, na Madeira.

"As indicações cirúrgicas, para os transplantes, cada vez são mais e portanto isto é uma patologia em crescimento e o número de doentes que é necessário deslocar-se para fora da região podem até aumentar", explicou.