24 de setembro de 2014 - 11h11
Os enfermeiros portugueses cumprem hoje o primeiro de dois dias de greve nacional contra a “grave carência” de profissionais nas unidades públicas de saúde e pela dignificação da profissão e da carreira de enfermagem. 
Mais de 87% dos enfermeiros aderiram à greve nacional no turno da noite de quarta-feira, segundo avança o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. 
A dirigente sindical Guadalupe Simões prevê que este nível de adesão se mantenha ao longo do dia. As cirurgias, as consultas externas e os centros de saúde deverão ser os serviços mais afectados, uma vez que não estão garantidos serviços mínimos. 
Falta de condições
“A quase totalidade dos enfermeiros faz entre 48 a 56 horas por semana, está impedida de gozar as folgas que a lei impõe e não se perspetiva quando poderão gozar os milhares de dias em dívida", referia o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) num comunicado divulgado na véspera do primeiro dia de greve.
Para o SEP, “a grave carência de enfermeiros em todas as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não se minimiza com a contratação de apenas mais 700 enfermeiros, em 2015, além dos mil já anunciados a 18 de setembro”.
Numa reação a estas declarações, o Ministério da Saúde veio lamentar o que considera ser a “banalização da greve”, sublinhando ainda ter-se comprometido com a “autorização de contratação de mais de 1700 enfermeiros no período de outubro de 2014 a outubro de 2015”.
Nas contas dos sindicalistas, seriam precisos mais 25 mil enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde, a juntar aos cerca de 39 mil existentes nos serviços públicos.
O SEP exige ainda uma valorização da profissão, as 35 horas semanais de trabalho para todos, a progressão na carreira e a reposição do valor das horas suplementares e noturnas.
Por SAPO Saúde com Lusa