Em causa estão os compromissos assinados em 2019 entre o sindicato e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve e o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), que desde então “não progride os enfermeiros com contrato individual de trabalho”, enquanto a ARS “não progride os que tiveram um ajustamento salarial para a primeira posição remuneratória da nova carreira”, segundo o sindicato.
O coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) no Algarve, Nuno Manjua, integrou hoje o grupo de dirigentes sindicais que foram à Assembleia da República (AR), em Lisboa, para entregar a petição e explicou que “o que aconteceu foi apenas a entrega formal do documento”.
“As reuniões com deputados eleitos pelo Algarve e com o eurodeputado João Ferreira ocorreram em momento anterior, assim como todo o contacto com a população. Hoje foi o momento formal da entrega do documento e das subscrições reunidas na petição”, explicou, frisando que “no final foi possível entregar 4.715 assinaturas”.
Questionado sobre os objetivos da petição, Nuno Manjua respondeu que a “expectativa é a de que ela possa ser discutida no plenário” do parlamento e, “no âmbito da boa fé da administração pública, a AR recomende, quer ao Governo, quer à ARS/Algarve e ao CHUA, que cumpram aquilo com que se comprometeram com os enfermeiros por escrito em 2019”.
“Por aquilo que nos disseram os deputados eleitos pelo Algarve, esperemos que haja coerência e façam propostas favoráveis e coerentes com aquilo que têm vindo a dizer”, afirmou, lembrando que o sindicato a nível nacional também já apresentou petições sobre o descongelamento das carreiras e a valorização da profissão.
Nuno Manjua sublinhou que “todos, sem exceção, têm dito bonitas palavras dos enfermeiros, a dizer que valorizam muito o seu trabalho”, considerando, no entanto, que “as palavras só não chegam e é preciso passar aos atos”.
Aquele responsável lembrou que há “profissionais que trabalham há 10 e 20 anos e que recebem o mesmo que recebiam quando entraram na profissão”.
“Queremos coerência. Se todos reconhecem o trabalho dos enfermeiros nesta pandemia e a resposta que temos vindo a dar, em todos os contextos - nos hospitais, nos centros de saúde, nas praias, nos ‘drive-through’, nos lares, nas creches -, onde estamos a dar respostas, mesmo com dificuldades, como falta de material clínico em alguns centros de saúde do Algarve e casos positivos no CHUA, [as autoridades] devem ser coerentes e adotar medidas que valorizem a profissão”, acrescentou.
Nuno Manjua afirmou que “não faz sentido” o “prémio aprovado na AR” e “ainda por regulamentar” que prevê o pagamento de meio salário e a atribuição de mais dias de férias, porque “pode criar mais insatisfação e discriminação entre profissionais”.
Para o dirigente sindical, o importante, para a classe em geral e no Algarve, é encontrar uma “solução de base para a carreira e o descongelamento das progressões”.
Por isso, o sindicato recorreu agora ao Parlamento através da apresentação de uma petição subscrita por 4.715 pessoas para que os deputados possam intervir junto do Governo, da ARS/Algarve e do CHUA, para que estes respeitem os compromissos assumidos com os profissionais da região em 2019.
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