Em outubro do ano passado a AEA já estimava esta redução de emissões, especialmente devido ao menor uso de carvão para produzir energia.

Os dados oficiais, apresentados num relatório da União Europeia à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla original), mostram que os Estados membros conseguiram reduzir as emissões, coletivamente, em 3,8%, entre 2018 e 2019.

Com os números agora anunciados as emissões de GEE na União Europeia diminuíram 24% em relação aos níveis de 1990, não contando com as remoções de dióxido de carbono resultantes das atividades de uso do solo e silvicultura. Incluindo estes dados a redução total de 1990 a 2019 atinge os 25,9%.

Dentro dos 3,8% de redução, segundo a AEA, a maior contribuição, quase 80%, deveu-se ao setor da produção de energia, que é abrangido pelo sistema de comércio de emissões da União Europeia (ETS). Explica a agência no documento hoje divulgado que o aumento dos preços do carbono e o gás mais barato, comparando com o carvão, levaram a uma redução significativa do uso de carvão e um aumento do uso do gás e das energias renováveis.

Registou-se também uma redução de emissões noutros setores industriais e nos edifícios, neste caso especialmente porque o inverno foi mais quente e houve uma menor necessidade de aquecimento.

A AEA nota, no entanto, que as emissões de dióxido de carbono no setor dos transportes, incluindo o transporte internacional, na refrigeração e no ar condicionado, continuaram a aumentar em 2019.

Nas últimas três décadas os fatores que mais contribuíram para a redução de emissões na União Europeia incluem o grande aumento do uso de energias renováveis, uso do gás para produzir eletricidade e calor em detrimento do carvão, mais eficiência energética e mudanças estruturais nas economias europeias.

De acordo com o relatório a Estónia teve a descida mais significativa de emissões entre 2018 e 2019 (menos 27,3%). Portugal teve uma descida média (menos 5,4%). No entanto comparando com os valores de 1990, em milhões de toneladas, aumentou as emissões em 8,1%.

No documento afirma-se ainda que as emissões de GEE na aviação internacional aumentaram 144% entre 1990 e 2019, e na navegação internacional o aumento foi de 35%.

Os dados agora divulgados dizem respeito aos 27 países da União Europeia. As estimativas da AEA para 2020 serão conhecidas no próximo outono.