Segundo a diretora Nacional de Saúde Pública de Angola, Isilda Neves, até ao momento nenhum caso suspeito de ébola foi detetado em Angola e que a resposta angolana passa pelo reforço, em curso da vigilância das fronteiras do norte.

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"Não temos nada. Não há nada, não há motivos para alerta. O alerta é mesmo na prevenção, monitorizando as temperaturas à entrada", explicou Isilda Neves.

As autoridades angolanas anunciaram há precisamente uma semana o reforço da vigilância das fronteiras do norte, com a RDCongo, para evitar a propagação da epidemia de ébola, no âmbito do plano de contingência já ativado por Angola.

Duas dezenas de vítimas na República Democrática do Congo 

O assunto foi já abordado pela Comissão Nacional de Protecção Civil, do Ministério do Interior, da qual fazem parte outros 25 ministérios e parceiros sociais nacionais e internacionais.

A epidemia de Ébola na RDCongo já provocou no último mês mais de duas dezenas de vítimas mortais, sendo Angola, segundo a Organização Mundial de Saúde, um dos países de risco de propagação, ao partilhar uma linha de fronteira de mais de 2.500 quilómetros.

A maior preocupação prende-se com os elevados fluxos migratórios entre os dois países, mas a Diretora Nacional de Saúde Pública de Angola garante que na maioria destes postos de fronteira o controlo das temperaturas para "descartar" os casos de febre - um dos sintomas -, e que são colocados sobre observação médica, já é assegurado do lado angolano.

"Na maioria, ali onde há mais movimento de pessoas, já se está a fazer. Nós já fomos mesmo verificar que está a ser feita essa vigilância epidemiológica. Em Cabinda, Zaire, Malanje, Uíge Lunda Norte e Moxico", afirmou.

O governo provincial de Malanje decidiu encerrar desde o final de maio a circulação total de pessoas e bens ao longo dos 140 quilómetros de fronteira fluvial que os municípios de Marimba e Massango partilham com a RDCongo, para evitar a propagação da epidemia de ébola, de acordo com informação da agência de notícias Angop.

Uma medida preventiva que é desconhecida da Diretora Nacional de Saúde Pública.

"Concretamente, sobre as decisões, não sabemos nada. Como medida preventiva não se justifica, não é permitido a nenhum país encerrar fronteiras, só em caso extremos, e não é o caso", admitiu Isilda Neves.

A epidemia de Ébola teve início a 08 de maio em Bikoro, 600 quilómetros ao norte de Kinshasa, capital da RDCongo, e já se espalhou para a cidade de Mbandaka, com 1,2 milhões de habitantes.

Um padre católico foi colocado em quarentena após ter sido contaminado em Mbandaka.

O número dois da Igreja Católica congolesa, monsenhor Fridolin Ambongo, mostrou-se preocupado com um possível "pico de novos casos" de Ébola no noroeste do país.

"A situação é muito preocupante: 25 mortes, 54 casos registados, incluindo 35 positivos, e o número vertiginoso de 1.139 pessoas que estiveram em contacto com um paciente ou um cadáver", declarou num comunicado Ambongo, no regresso de uma visita de três dias à região de Mbandaka e Bikoro, o epicentro da epidemia.