23 de abril de 2014 - 11h01
A Associação Todos com a Esclerose Múltipla (TEM) solicitou, juntamente com diversas Associações de Doentes crónicos, uma audiência ao Presidente da República e à Comissão Parlamentar de Saúde com o objetivo de discutir a necessidade de criação do Estatuto do Doente Crónico e a Tabela Nacional de Incapacidade e Funcionalidades da Saúde.
O pedido de audição a ambas as entidades foi uma das conclusões da Conferência de Imprensa, que decorreu no dia 9 de abril, em Lisboa, e que reuniu mais de 50 de associações de doentes portadores de doenças crónicas e subscritoras da petição lançada em prol da mesma causa.
“O doente crónico debate-se com vários problemas burocráticos causados pela falta de diplomas atentos às suas dificuldades. É imprescindível criar condições para que um doente crónico mantenha a dignidade e a qualidade de vida no dia-a-dia e no mercado de trabalho”, explica Paulo Alexandre Pereira, presidente da TEM. 
“É importante distinguir os diferentes tipos e graus de doenças crónicas: não podemos aceitar que um doente com asma seja considerado como um doente com Esclerose Múltipla, que é uma doença incapacitante”, refere Paulo Alexandre Pereira 
E acrescenta: “Uma doença crónica obriga, em muitos casos, a várias baixas ao longo do ano. Injustamente são descontados dias aos doentes e é-lhes exigido igual ritmo de trabalho, mesmo durante os períodos de crises de que sofrem”. 
“Para já, aguardamos respostas das entidades para marcação da audição. Este é um assunto de extrema importância, uma vez que também o Estado terá menos despesas ao criar condições para os doentes crónicos”, adianta. 
Entre as Associações requerentes, além da TEM, estão a SOS Hepatites, a Acreditar, a Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR), a Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias, a Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares (APN) e a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA).
A esclerose múltipla é uma doença autoimune, degenerativa do sistema nervoso central, que afeta jovens adultos com idades entre os 20 e os 40 anos, mas sobretudo mulheres jovens. Estima-se que esta doença afeta mais de 5 mil portugueses.
SAPO Saúde