19 de setembro de 2013 - 17h33
As doenças mentais são responsáveis por 17 por cento das incapacidades a nível mundial, segundo o mais recente relatório do inquérito mundial de saúde mental da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O inquérito, coordenado por Jordi Alonso, diretor do Programa de Investigação em Epidemiologia e Saúde Pública do Instituto Hospital del Mar de Investigações Médicas (INIM) de Barcelona, e que estudou mais de 150 mil pessoas de 24 países, tem por objetivo calcular os custos diretos de oferecer cuidados adequados juntamente com os custos sociais que implicará não o fazer, indica o instituto em comunicado.
Com esse objetivo, a OMS realiza inquéritos mundiais de saúde mental que pretendem apresentar um retrato completo da situação das doenças mentais no mundo.
Jordi Alonso explicou que se trata do estudo epidemiológico de saúde mental “mais amplo, profundo e metodologicamente mais homogéneo realizado até agora”.
“A análise dos resultados inclui como as doenças mentais se refletem no nível de instrução, na estabilidade e violência conjugais, na estabilidade laboral, no absentismo e no rendimento das pessoas afetadas”, acrescentou.
O estudo também permitirá avaliar como a doença se transmite à descendência, a associação das doenças mentais com o posterior desenvolvimento de doenças crónicas e qual é o custo pessoal e social destes transtornos.
O inquérito revela um vazio de atenção sanitária nas doenças mentais em todos os países, e não só nos menos desenvolvidos, e aponta a necessidade de investir para melhorar o planeamento, a organização e a prestação de serviços na área da saúde mental, bem como a sua avaliação ao nível mundial.
As grandes dimensões deste inquérito, a representatividade geográfica das amostras, a avaliação exaustiva e bem padronizada das doenças, os seus resultados na saúde e o uso de ângulos analíticos sofisticados, permitiram fazer uma análise em profundidade e avaliar comparativamente a incapacidade nos 24 países distribuídos pelas seis regiões do mundo que a OMS tem estado a estudar.
Segundo Jordi Alonso, os resultados do inquérito permitem, pela primeira vez, ter uma “importante contribuição empírica para a tomada de decisões de saúde pública”.
“Acreditamos firmemente que a informação que este relatório reúne será muito valiosa para qualquer pessoa envolvida na definição de políticas de saúde mental, incluindo epidemiologistas, médicos, administradores, gestores de serviços e economistas da saúde”, concluiu o coordenador do estudo.

Lusa