23 de maio de 2014 - 14h01
As doenças circulatórias foram a principal causa de morte em 2012 e, juntamente com o cancro, foram responsáveis por mais de metade dos óbitos ocorridos em Portugal nesse ano, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.
Quase 33 mil pessoas morreram nesse ano em Portugal devido a doenças do aparelho circulatório (AVC, doença isquémica do coração ou enfarte agudo do miocárdio), que representam 30,4 por cento das mortes por doença ocorridas no país e uma taxa de mortalidade de 312 mortes por 100 mil habitantes.
Portugal registou 107.969 mortes em 2012 (103.203 em 2011), 96,3 por cento das quais por doença e 3,7 por cento devido a lesões externas e envenenamento (3.955 mortes).
As doenças cerebrovasculares (AVC) destacam-se entre as doenças do aparelho circulatório, tendo sido responsáveis por 12,5 por cento do total de mortes no país, com uma taxa de mais de 128 mortes por cada 100 mil habitantes, seguidas pelas doenças do coração (6,5 por cento), que foram a causa de mais de 66 mortes por 100 mil habitantes e pelo enfarte do miocárdio (4,3 por cento).
A morte por AVC atingiu principalmente as mulheres com uma relação de 76 óbitos masculinos por 100 femininos, enquanto a morte por doença isquémica do coração incidiu maioritariamente nos homens(111 óbitos masculinos por 100 femininos).
Os tumores malignos estiveram na origem de quase um quarto das mortes, tendo morrido em 2012 quase 26 mil pessoas devido a estas doenças, valor que representa 23,9 por cento do total.
Os cancros do colon, reto e ânus (3.813 mortes, 3.829 em 2011) e os da traqueia, brônquios e pulmão (3.675 mortes, 3.711 em 2011) foram os mais mortíferos.
Os homens (70 por cento) foram os mais atingidos por estes tipos de cancro e morreram mais cedo do que a idade média geral para outras causas de morte.
Seguiram-se os cancros do estômago (2.376 mortes), da próstata(1.814 mortes), da mama (1.787) e do pâncreas (1.299 mortes).
Com menos de 1.000 mortes surgem os cancros do fígado, bexiga, ovário, pele, colo do útero e leucemia.
As doenças respiratórias foram outra importante causa de morte em 2012, tendo sido responsável pela morte de 13.908 pessoas (12,9 por cento), com uma taxa de 132 mortes por 100 habitantes.
Neste conjunto de doenças, destacou-se a pneumonia, responsável pela morte de mais de 6.700 pessoas (6,3 por cento), valor que representa um aumento de mortes relativamente a 2011, quando morreram 5.426 pessoas por esta causa.
A diabetes esteve na origem de 4.875 mortes (4,5 por cento do total de mortes), tendo sido mais expressiva nas mulheres, que são mais de metade das vítimas.
Morreram ainda 503 pessoas devido ao VIH/SIDA, mais de dois terços das quais eram homens com idade média a rondar os 49 anos.
Os acidentes foram responsáveis por 1.551 mortes, com destaque para a mortalidade provocada pelos acidentes de transportes.
Os suicídios estiveram na origem de 1.076 mortes em 2012 (1.018 em 2011), representando 1 por cento da mortalidade no país. Cerca de 80 por cento destas mortes foram de homens, com uma relação de mais de 395 mortes masculinas por cada 100 femininas.
Por Lusa