O Conselho Nacional de Saúde Pública (CNSP) recomendou hoje que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde, uma posição saudada pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que confirmou que o encerramento será feito de forma casuística "analisando o risco, caso a caso, situação a situação".

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Para o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, o anúncio feito hoje é “uma não decisão”.

“Eu acho que provavelmente não estão a tomar as decisões mais corretas atendendo à gravidade da situação”, disse Manuel Pereira, lembrando as conversas recentes com professores italianos que têm defendido que a situação no seu país poderia ser diferente se tivessem sido tomado medidas mais cedo.

À Lusa, Manuel Pereira recordou os apelos feitos por colegas italianos: “O que sistematicamente me dizem é que ´é preciso que em Portugal não cometam os mesmos erros que cometemos em Itália. É preciso não esperar que a situação fique incontrolável para tomar decisões mais fundamentalistas´. E o que está a acontecer é que aqui em Portugal corremos o risco de estar a tomar decisões caso a caso”.

Com o anúncio de casos de alunos e professores infetados durante o fim-de-semana, o presidente da ANDE defendeu a antecipação em duas semanas das férias da Pascoa, que estão marcadas para o final do mês. A ideia não foi recusada pelo primeiro-ministro, que remeteu uma decisão para o CNSP.

Hoje, ao final da noite, foi anunciado que a situação se iria manter inalterada: “Em cada região, as autoridades de saúde analisam a situação concreta de cada escola”, defendeu Graça Freitas.

O representante dos diretores escolares lembrou que existem atualmente “duas pandemias” em Portugal: “A pandemia provocada pelo vírus e a pandemia provocada pelo medo” que, na sua opinião, pode ser tão grave como outras pandemias.

Manuel Pereira disse que já existe uma “a situação de pânico” nas escolas e que os primeiros sintomas de medo começam já a revelar-se um pouco por todo o país.

“Em muitas escolas do pais, muitos alunos não vieram à escola por opção clara dos encarregados de educação que optaram por tomar decisões contingenciais em relação”, afirmou.

O presidente disse ainda que existe “uma situação de alarme e de muita intranquilidade na comunidade educativa”.

Para Manuel Pereira a decisão de antecipar em duas semanas as férias da pascoa seria uma forma de tentar quebrar a cadeia de transmissão do novo coronavírus e de acalmar a população, porque este não é apenas um problema das escolas mas “de todo o país”.

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