As medidas para combater a pandemia de coronavírus levaram a uma desaceleração da atividade económica, que resultou em uma queda de 40% na produção de eletricidade a partir de carvão e uma redução de quase um terço no consumo de petróleo.

Isso causou uma queda na poluição em abril: as concentrações de dióxido de nitrogénio (NO2) e de partículas finas PM2,5 diminuíram, respetivamente, 37% e 10%, de acordo com o estudo do Centro de Pesquisa em Energia e Ar (CREA).

Os países que evitarão o maior número de mortes por esse fenómeno são a Alemanha (com projeção de 2.083 menos mortes), Reino Unido (1.752), Itália (1.490), França (1.230) e Espanha (1.081).

Essa melhoria na qualidade do ar também pode evitar outros problemas de saúde, como 6.000 novos casos de asma em crianças e 1.900 visitas aos serviços de emergência devido a uma crise de asma. 

O impacto das medidas contra o novo vírus em termos de contaminação é "semelhante ou mais importante em muitas regiões do mundo", disse à AFP Lauri Myllyvirta, principal autora do estudo.

Na China, por exemplo, o NO2 e as PM2,5 caíram entre 25% e 40% durante o período mais estrito do confinamento, de modo que "ainda mais mortes poderiam ser evitadas", acrescentou.

A OMS estima que a poluição causa 4,2 milhões de mortes prematuras em todo o mundo a cada ano, fato apontado por vários estudos recentes.

Um estudo publicado no mês passado destacou, por exemplo, que a poluição reduz a expectativa de vida em uma média de três anos e causa 8,8 milhões de mortes prematuras anualmente.

"A nossa análise" do período de confinamento "mostra os enormes benefícios à saúde pública e à qualidade de vida da redução rápida e permanente de combustíveis fósseis", segundo Myllyvirta.