Quando pensamos no valor da saúde enquanto um bem inestimável e incalculável pensamos, também, em todos aqueles que diariamente lutam para alcançar uma melhor condição de saúde, bem como uma vida com maior qualidade e longevidade livre de doença. Por isso, neste Dia Mundial da Saúde é importante fazermos, desde logo, uma homenagem a todos os profissionais de saúde pela sua dedicação e compromisso, assim como a todas as pessoas que diariamente lutam contra uma condição que lhes foi imposta sem qualquer aviso prévio.
É, para isso, que trabalham os sistemas de saúde nos respetivos países, e Portugal não é exceção, para oferecer cada vez melhores e mais eficazes tratamentos e, dessa forma, alcançar, se não a cura, pelo menos a condição de uma doença crónica estável, controlada e que permita ao doente uma vida normal. Esta questão leva-nos, invariavelmente, à sustentabilidade do sistema e da sua continuidade enquanto um serviço universal e tendencialmente gratuito. É aqui que entra a saúde baseada em valor, garante da sustentabilidade dos sistemas nacionais de saúde. E, na realidade, são já vários os sistemas de saúde pelo mundo que se preocupam com os resultados qualitativos da sua atividade e com as consequências que os atos médicos acarretam para os doentes, quer positivos quer negativos. Pois só através dessa avaliação conseguirão melhorar e propor novas formas de abordagem à doença, levando a poupanças e ganhos para todos os intervenientes do sector, quer para o pagador, quer para o doente e a própria indústria farmacêutica.
Estes ganhos, que permitem ao sistema a sua sustentabilidade, permitem também promover a inovação enquanto um dos pilares dos cuidados de saúde, pois é através desta inovação, realizada dentro e fora dos serviços de saúde, e com um indiscutível contributo da indústria farmacêutica, que é possível dar resposta a necessidades não atendidas, evitar doenças evitáveis e curar outras que até aqui eram incuráveis. É, por isso, fundamental que haja uma grande aposta e promoção da inovação dentro e fora de portas. Só assim progredimos enquanto comunidade empenhada no desenvolvimento de novas e melhores formas de tratamento.
Além disso, a sustentabilidade do setor, a sua progressão e inovação são ainda fruto das parcerias que se estabelecem entre os diferentes stakeholders da área que trabalham arduamente para dar resposta a um propósito comum: melhorar a vida de todos os doentes, independentemente da sua condição, género e idade. As parcerias estabelecidas com associações de doentes, sociedades científicas, ordens profissionais e órgãos governamentais são exemplos de um trabalho articulado e alinham com o objetivo último de chegar aos doentes e aos seus cuidadores. A pandemia que vivemos desde 2020 é um exemplo claro de como o trabalho conjunto entre os diferentes setores beneficia as populações, protegendo-as e promovendo soluções que aceleram a chegada da inovação até elas de forma rápida e segura.
E é isto que torna os sistemas de saúde resilientes, preparando-os e instigando-os a ir além da rotineira resposta aos doentes. É, pois, fundamental lembrarmo-nos de que esta pandemia colocou todo um setor à prova e que este se soube adaptar aos desafios que lhe foram impostos. As eventuais deficiências e possíveis prejuízos que a situação pandémica deixou podem agora ser supridos e resolvidos se soubermos aproveitar a grande oportunidade dada pelo programa ‘UE pela Saúde 2021-2027’. Com este programa, a União Europeia (EU) vai investir 5,3 mil milhões de euros em ações complementares às políticas dos países da EU, o que se afigura como uma oportunidade única para Portugal alavancar o seu sistema de saúde em áreas como a prevenção, programas nacionais de rastreio que abranjam um maior leque de patologias, a criação de uma reserva de medicamentos e dispositivos médicos para dar resposta a situações de crise sem ruturas e sem escalada de preços. Além disso, é a oportunidade de acelerar e consolidar os dados de saúde e a sua digitalização, levando a uma verdadeira transformação digital dos cuidados de saúde e promovendo um melhor acesso a todos os doentes.
Porque no fim do dia tudo se resumo à nossa saúde e Portugal apresenta-se como um exemplo de cuidados de saúde de elevada qualidade e de abrangência nacional. Devemos continuar a trabalhar neste sentido e neste propósito, o de perseguir o poder da ciência para melhorar a vida das pessoas.
Um artigo de opinião de Francisco del Val, Country Lead Sanofi Portugal.
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