Por dia, em Portugal, pelo menos uma criança é diagnosticada com cancro. Todos os dias pelo menos uma família recebe aquela notícia para que nunca ninguém foi preparada. E as estatísticas indicam-nos que existe uma tendência de crescimento. O porquê, não se sabe explicar.

Através do nosso seminário anual, publicações e do PIPOP (www.pipop.info) tentamos facilitar a vida destas famílias fornecendo-lhes a informação necessária para melhor aceitarem, conviverem e compreenderem esta doença que, no fundo, não queriam ter de conhecer.

Somos contactados por alguns destes pais com desabafos, e em casos mais complicados o desespero e impotência é quase sempre sentido. Muitas vezes à procura de possíveis alternativas.

O conselho que damos sempre é que qualquer questão que tenham que não deixem de falar com o médico que os acompanha. Cada caso é um caso e quem melhor conhece o caso do que o seu médico?

O cancro é a primeira causa de morte por doença nas crianças, mas ao contrário do que acontece nos adultos a taxa de sobrevivência é muito positiva, de cerca de 80%, mas ainda assim a maioria com sequelas.

Apesar do cancro pediátrico ser apenas 1% de todos os cancros é preciso que seja visto como um grande problema na área da saúde.

Numa altura de muitos cortes orçamentais, é muitas vezes ignorado. Mas há muito para fazer. É preciso mais investigação para percebermos melhor as suas causas, chegar-se a uma taxa de sobrevivência de 100% e para que estas crianças sigam a sua vida com o mínimo de sequelas. Só aí é que poderemos parar.

Um dia, este dia que marcamos hoje, não vai ter de existir. É nisto que acredito!

Texto: Cristina Potier, Fundação Rui Osório de Castro