18 de março de 2013 - 16h36
O Governo Regional da Madeira vai utilizar a internet no combate ao mosquito Aedes aegypti e na prevenção da dengue no arquipélago, anunciou hoje a vice-presidente do Instituto de Administração da Saúde (Iasaude), Ana Clara Silva.
A Secretaria Regional dos Assuntos Sociais apresentou hoje o "Plano de Ação para o Dengue", que apela à colaboração da população e dos organismos na vigilância e na prevenção.
"Está pensado poder introduzir uma ferramenta em ambiente web em que a própria população começa a fazer o seu registo de que está picado ou conhece aglomerados de mosquitos para que nós consigamos ampliar a nossa informação acerca da possibilidade de termos mosquitos fora das redes de monitorização, para conseguirmos ir lá investigar e limitar e, se for possível, introduzir medidas de controlo químico, bioquímico ou larvicida", revelou Ana Clara Silva.
A vice-presidente do Iasaude adiantou ainda estar em preparação uma colaboração com a Associação Comercial e Industrial do Funchal, designadamente com a Mesa de Hotelaria e Turismo, para realização de campanhas de informação.
O plano hoje apresentado aponta para a gestão clínica e epidemiológica e para a vigilância vetorial com ações que envolvem estruturas governamentais, instituições, escolas e centros de saúde, autarquias, aeroportos e portos, com o reforço da comunicação e da prevenção e com georreferenciação, numa articulação com a Direção Geral de Saúde e a European Centre for Disease Prevention and Control.
A presidente do Iasaude, Ana Nunes, revelou que uma comunicação do Ministério da Saúde datada de 12 de março e outra da Organização Mundial de Saúde de 15 de março declaram que o surto de dengue na Madeira está controlado e que desde 04 de fevereiro não foram confirmados casos de dengue na região.
Segundo Ana Nunes, em 2012 (altura em que apareceu a doença na Madeira), dos 2.168 casos prováveis, a região teve 1.079 casos confirmados de dengue, mas sem nenhum caso hemorrágico e sem nenhum óbito.
Os casos tiveram maior incidência nas mulheres (59%) e centraram-se nos concelhos do Funchal, de Câmara de Lobos e de Santa Cruz.
"O vetor está presente, estamos em campo, temos um plano de ação para que na época própria não se verifique o desenvolvimento do mosquito para que não se verifique outra vez a doença", referiu.
O secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Ramos, chamou a atenção para o facto de o combate contra a dengue ser "uma luta de todos os madeirenses".
O mosquito Aedes aegypti foi detetado na Madeira há sete anos, mas os dois primeiros casos da doença surgiram no início de outubro.
A febre de dengue transmite-se aos humanos pela picada do mosquito Aedes aegypti infetado e apresenta como sintomas febre e dores de cabeça e nas articulações. Num estado mais avançado, a doença pode causar hemorragias e tornar-se mortal.
Lusa