11 de março de 2013 - 13h53
O Centro Europeu de Prevenção e de Controlo das Doenças (CEPCD) deverá realizar este mês uma nova missão à Madeira, região onde em outubro do ano passado foi detetado um surto de dengue com mais de 2.100 casos notificados.
A informação foi transmitida ao deputado do PCP no Parlamento Europeu João Ferreira pelo comissário europeu da Saúde e Defesa do Consumidor na sequência de diversas perguntas formalizadas em janeiro sobre o acompanhamento da doença e as medidas previstas para um futuro próximo.
Na resposta, transmitida na quinta-feira e hoje divulgada pelo PCP, o comissário europeu Tonio Borg revelou que o CEPCD, agência descentralizada da União Europeia que tem por missão o reforço dos meios de defesa perante as doenças infeciosas, “está a planear uma segunda missão em março” à Madeira, depois de uma primeira realizada entre 22 de outubro a 07 de novembro do ano passado.
Esta segunda iniciativa visa “assegurar uma análise retrospetiva completa do surto, rever o plano de emergência já existente, apoiar o acompanhamento dos parâmetros ambientais e avaliar o risco atual e futuro da transmissão da dengue no arquipélago da Madeira”, lê-se no documento, que enumera o trabalho desenvolvido na região de combate ao problema.
Assinalando que “a maior parte dos casos de dengue na União Europeia é importada de países tropicais e subtropicais com dengue endémico”, Tonio Borg adiantou a sua evolução: “Foram constatados 497 casos em 2008, 522 em 2009 e 1.571 em 2010, comunicados principalmente pela Alemanha, França, Suécia e Bélgica”, sendo que “em 2010 registaram-se dois casos de dengue nativos, em França e na Croácia”.
O comissário europeu da Saúde e Defesa do Consumidor reconheceu ser necessária “uma abordagem europeia para o controlo da dengue, dado que o principal vetor, o mosquito ‘Aedes aegypti’, está presente na Madeira e em torno do Mar Negro, e que o vetor secundário, o mosquito ‘Aedes albopictus’, se encontra disseminado nos países mediterrânicos”.
A última informação disponibilizada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre o surto de dengue na ilha da Madeira, em fevereiro, dava conta da existência de mais de 2.100 casos de febre de dengue notificados, confirmando a tendência decrescente.
“Desde o início do surto, a 03 de outubro de 2012, foram notificados 2.164 casos de febre de dengue na ilha da Madeira (Região Autónoma da Madeira), a partir dos registos hospitalares e dos cuidados de saúde primários”, revela a informação mensal disponibilizada no sítio da Internet da DGS.
Segundo a DGS, “outros casos foram reportados, 11 em Portugal continental e 67 em 12 países europeus, todos em viajantes regressados daquela ilha”, mas “não se registaram óbitos”.
A DGS acrescenta que a monitorização semanal da infeção pelo vírus dengue na ilha da Madeira demonstra, desde meados de novembro, que “o número de novos casos tem vindo a diminuir”.
A 03 de outubro, o Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais da Madeira tornou pública a existência de dois casos confirmados de febre de dengue, cuja transmissão ocorre através da picada dos mosquitos ‘Aedes aegypti’ quando infetados com o vírus, mosquitos que foram detetados na Madeira em 2005.
Lusa