Adrian foi convidado a dar a volta à praça, concretizando parte do seu sonho de um dia ser toureiro. No entanto, a noite ficou marcada pelas mensagens a desejar a morte da criança e as posteriores declarações de repúdio por parte do Governo espanhol.

Defensores dos animais desejam morte de criança nas redes sociais em Espanha
Defensores dos animais desejam morte de criança nas redes sociais em Espanha Facebook

O Ministério Público da Comunidade de Valência está a investigar as mensagens nas redes sociais, principalmente no Twitter, para avaliar se houve delito de incitação ao ódio e à violência.

Numa declaração pública, o político valenciano José Cholbi, responsável pelo cargo de Defensor do Povo da Comunidade Valenciana, afirma que “em nenhum caso se deve permitir a impunidade de actos que atentam contra o respeito pelos direitos humanos, principalmente quando a pessoa afectada é uma criança com uma grave enfermidade.”

Investigação em Espanha

O Governo de Madrid também se juntou a este repúdio, com o Secretário de Estado da Segurança a assegurar que seria aberta uma investigação para se apurar o possível delito de ódio, e garantindo que os meios policiais denunciam este tipo de situações de ódio e intolerância.

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Não é a primeira vez que se dá em Espanha este debate sobre a liberdade de expressão das redes sociais resvalar para delitos de ódio e incitação à violência. O tema da tauromaquia é muito polémico, e os limites são frequentemente ultrapassados, com antitaurinos a manifestar publicamente desejos de morte de figuras ligadas ao meio. No pior dos casos agora tornados públicos, deseja-se que Adrian morra já, para que não possa um dia ser toureiro.

Caso em Portugal

Em Portugal, não há ainda processos semelhantes, mas o tema tem vindo a ser acompanhado, sobretudo depois de acidentes. Quando o forcado Nuno de Carvalho (Mata) foi colhido numa corrida no Campo Pequeno e ficou tetraplégico, circularam comentários nas redes sociais desejando a morte do forcado ou alegrando-se com a sua lesão física incurável.