- Cirurgia
O cancro é diagnosticado desde o Egito antigo. Mais tarde, o médico grego Hipócrates atribuiu-lhe um nome: "karkinos", que significa caranguejo em grego.
Os primeiros tratamentos para a doença, no final do século XIX, concentravam-se na cirurgia para a retirada do tumor.
Atualmente, estas intervenções seguem como "uma arma terapêutica" importante, segundo o professor Steven Le Gouill, onco-hematólogo responsável pelo ambulatório do Instituto Curie, em Paris.
"Cancro de mama, de cólon, sarcoma... Muitos tumores são deixados nas mãos dos cirurgiões", diz.
Mas a cirurgia também é "uma porta de entrada em muitos tipos de cancro, e é graças a ela que temos acesso ao tecido tumoral que permite o diagnóstico", acrescenta.
- Radioterapia
A radioterapia surgiu a partir dos avanços do físico alemão Wilhelm Röntgen, que descobriu os raios X em 1895. Este método continua a executar um papel importante, já que mais de 70% dos tratamentos contra o cancro incluem sessões de radioterapia. Estas consistem em enviar raios (elétrons, fótons, prótons) que destroem as células cancerígenas.
A sua desvantagem é danificar os tecidos pelos quais passam até chegar ao tumor. Muitas inovações tentam remediar este problema, entre elas, a radiação de alta frequência com doses mais fortes.
Trata-se de "ser o mais preciso possível e enviar a dose de radiação mais forte possível ao nível do tumor, sem tocar no tecido saudável", explica Steven le Gouill.
- Quimioterapia
Abrange medicamentos citotóxicos (várias moléculas regularmente utilizadas de forma combinada) que também vão destruir as células cancerígenas. Embora frequentemente associada aos seus efeitos secundários, como a queda de cabelo, esta terapia continua a mostrar-se eficaz, como para casos de leucemia aguda.
- Vacinas
Existem vacinas para a prevenção do cancro quando a doença está associada a um vírus: as vacinas contra papilomas humanos e a hepatite B (que pode causar cancro de fígado).
Há anos que se investiga sobre as "vacinas terapêuticas". Neste caso, trata-se de produzir antigénios tumorais (através do ARN mensageiro ou do próprio vírus), que permitem que o sistema imunológico ative e produza uma resposta apropriada em pacientes com cancro.
- Terapia-alvo
Há algumas décadas, a terapia-alvo tem mudado a vida de muitos pacientes. Trata-se de moléculas químicas concebidas especificamente para bloquear ou interromper um mecanismo molecular essencial para o avanço, proliferação ou sobrevivência das células tumorais.
- Imunoterapia
É a grande revolução dos últimos anos. Consiste em reforçar o sistema imunitário do paciente para ajudá-lo a detetar e matar as células cancerígenas.
A imunoterapia é baseada em anticorpos sintéticos, produzidos em laboratórios, e várias modalidades são possíveis.
Estes anticorpos atacam, por exemplo, uma proteína na superfície das células cancerígenas. Ao fixar-se na célula atacada, os anticorpos provocam uma ação antitumoral de forma indireta ou por estímulo do sistema imunológico.
- As células CAR-T
Trata-se de uma terapia celular cujo objetivo é ensinar o sistema imunitário a reconhecer e atacar células cancerígenas.
As células do sistema imunitário do paciente (muitas vezes linfócitos T) são removidas, geneticamente modificadas em laboratório e depois reinjetadas na pessoa. A sua tarefa será atacar as células cancerígenas.
Empresas de biotecnologia também apostaram nas chamadas células CAR-T alogénicas. Nesse caso, os cientistas vão modificar geneticamente células que não são do paciente, mas de um portador saudável.
As CAR-T mostraram eficácia em tipos de cancro no sangue, como os linfomas, algumas formas de leucemia aguda e o mieloma múltiplo. Porém, ainda é um método caro.
"O interesse é combinar todas essas abordagens e novas terapias para ter um plano personalizado para o paciente", observa o professor Le Gouill, que está otimista.
"Passamos de uma etapa em nosso entendimento sobre a célula tumoral. O cancro continua a ser um desafio, mas os avanços foram feitos de forma exponencial", afirma.
Comentários