Os cientistas chegaram a estes resultados através de um processo de simulação de uma digestão realizado em laboratório, o que lhes permitiu quantificar os antioxidantes do morango que são libertados no estômago e no intestino.

As sementes constituem 7,5% do peso seco do morango, "por isso, é ainda mais chamativo que, apesar de seu tamanho, as sementes contenham este poder antioxidante",  explicou a cientista María Teresa Ariza, da área de Genómica e Biotecnologia do Ifapa.

Os cientistas realizaram "um estudo de bioacessibilidade para comprovar os componentes que estes produtos libertam no estômago; e por outro lado, de biodisponibilidade, para conhecer quais destes poderiam entrar na corrente sanguínea", disse Ariza, acrescentando que os compostos antioxidantes analisados neste trabalho foram fundamentalmente fenóis, flavonoides e antocianos, escreve a agência de notícias EFE.

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A metodologia utilizada para chegar a estas conclusões, publicadas na revista internacional de Ciências Moleculares sob o título "Os aquénios dos morangos são uma grande fonte de compostos bioativos para a saúde humana", faz referência ao processo de simulação de uma digestão in vitro.

Esta consiste em introduzir em um béquer uma quantidade determinada de morangos e sementes com água, para, a partir daí, com uma sonda medir o pH ou grau de acidez e diminuí-lo para 1.8, que é o mesmo de um estômago normal em jejum. A esta mistura foi acrescentada pepsina, a enzima encarregada de digerir os alimentos.

A composição foi mantida durante duas horas e dela extraiu-se uma pequena porção de líquido, chamado fração gástrica, que foi submetida a análises. O mesmo procedimento é executado na simulação da digestão intestinal.

Esta metodologia permitiu determinar que as sementes, após a digestão gástrica, libertam uma proporção de antioxidantes mais elevada do que a própria polpa ou parte vermelha do morango.