“Tem sido nossa preocupação e da tutela em progressivamente retirarmos as crianças dos contentores”, onde estão a pediatria e neurocirurgia, afirmou na Comissão Parlamentar de Saúde José Artur Paiva, que está a presidir interinamente desde fevereiro o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ).
O ex-diretor clínico do hospital adiantou que estão a ser feitas obras no piso oito do hospital, o que vai permitir “a deslocalização de um serviço que também está em contentores que é a neurocirurgia para esse piso” e com isso agrupar toda a hematooncologia no mesmo local.
“Nós poderemos, e é este o plano, colocar toda a área cirúrgica da pediatria em áreas em que há deslocalização destes serviços, nomeadamente no piso quatro que poderá vir a conter no final de maio toda a área cirúrgica da pediatria”, adiantou José Artur Paiva na comissão, onde foi ouvido a pedido do CDS-PP.
Avançou ainda que, até ao final do verão, a oncologia pediátrica poderá também ser deslocalizada para o interior do hospital.
“Com isso o que restará do edifício externo é a parte de alvenaria. Ou seja, não terá a parte dos contentores”, afirmou José Artur Paiva.
Questionado pelos deputados sobre a construção da ala pediátrica, José Artur Paiva afirmou que a história da ala pediátrica tem “um passado tortuoso, complicado e difícil, uma estrada de pedras”.
“Mas eu creio que, acreditando na bondade das pessoas e acreditando que todos queremos o bem das crianças, dos pais das crianças, das famílias e dos profissionais” que estão criadas as condições para “o fim dos contentores no verão deste ano e a ala pediátrica pronta em 2021”.
Para José Artur Paiva, o momento é de “felicidade e estabilidade”, porque “finalmente estão constituídas as condições para com cofinanciamento público poder ser construída a ala pediátrica do Centro Hospitalar São João”. Foi deslocada uma verba para a conta do hospital de 19,8 milhões de euros e há também um valor de três milhões de euros que engrossou o capital social e que pedimos que fosse adjudicado à ala pediátrica, disse, adiantando que a obra deverá arrancar no segundo semestre deste ano com a previsão da sua conclusão anos.
Relativamente à tomada de posse da parcela de imóvel, José Artur Paiva disse que decorridos os três meses no início de março e não tendo havido entrega do terreno por parte da Associação Joãozinho, o hospital comunicou oficialmente na semana passada à associação Joãozinho que tem um prazo de 10 dias úteis em relação à emissão da carta para entregar o terreno.
“Estamos certos que o interesse de toda a gente, porque as pessoas são de bem, é a construção da ala pediátrica e estando assegurado o tripé [financiamento público, projeto de execução da obra e a posse da parcela de imóvel] não vemos razão para que o projeto não seja executado”, vincou.
O Conselho de Administração do Hospital de São João, que terminou o mandato no passado dia 31 de dezembro, pediu no início de janeiro a renúncia de funções explicando na altura que a decisão pretendeu “facilitar a sua substituição da forma mais rápida possível”.
O Hospital São João tem sido notícia nos últimos meses devido às obras de construção da ala pediátrica, a funcionar há cerca de dez anos em contentores.
Há dez anos que o Hospital de São João tem um projeto para construir uma ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.
O parlamento aprovou em 27 de novembro, por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019, de forma a prever o ajuste direto para a construção da ala pediátrica.
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