Questionada sobre esta vacina desenvolvida pela Rússia, durante uma conferência de imprensa em Bruxelas, Ursula von der Leyen observou que lê frequentemente artigos sobre o que aconteceria “se” desse entrada um pedido para comercialização da mesma no espaço comunitário, mas asseverou que “não é esse o caso”.

“Pode mudar, mas até agora, ao momento em que falamos, eles não se candidataram a uma autorização condicional de mercado”, sublinhou.

A presidente do executivo comunitário acrescentou de imediato que, “se o fizerem, então terão de apresentar todo o conjunto de dados e sujeitar-se a todo o processo de escrutínio, como qualquer vacina”, havendo ainda outra questão a acutelar, a da verificação do processo de produção.

“Uma vez que não estão a produzir [esta vacina] na Europa, obviamente seria necessário um processo de inspeções nos locais de produção. Porque, como agora bem sabemos, uma questão crucial é ter um processo de produção estável e de alta qualidade”, declarou.

Von der Leyen deixou ainda uma interrogação no ar: “porque é que a Rússia está, em teoria, a oferecer milhões e milhões de doses [da Sputnik V], mas não está a fazer progressos suficientes na vacinação da sua população?”.

Há precisamente uma semana, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) já indicara não ter recebido qualquer pedido para monitorização ou autorização da vacina russa contra a covid-19, a Sputnik V, tendo apenas dado “aconselhamento científico” ao fármaco.

“A EMA não recebeu até à data qualquer pedido de revisão contínua ou de autorização de comercialização da vacina desenvolvida pelo Centro Nacional de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya na Rússia, a vacina Sputnik V, apesar de algumas notícias afirmarem o contrário”, esclareceu o regulador europeu em comunicado.

A agência sublinhou que “os criadores receberam aconselhamento científico da EMA, fornecendo-lhes as últimas orientações regulamentares e científicas para o desenvolvimento da sua vacina”.

E por essa razão, “a vacina está incluída na lista de medicamentos e vacinas contra a covid-19 que receberam aconselhamento científico da agência”, não como tendo sido aprovado, explica a EMA.

Países como a Hungria ou a República Checa já se mostrarem disponíveis para usar a Sputnik V, com uma eficácia superior a 90%.