O Governo regional de Madrid decidiu hoje alargar a mais 167.381 pessoas (oito zonas sanitárias) as medidas que atualmente já restringem a mobilidade de mais de 850.000 habitantes para impedir a propagação da pandemia de covid-19.
O conselheiro-adjunto regional da Saúde Pública, Antonio Zapatero, anunciou as medidas e insistiu para que todos os madrilenos, mesmo os que não estão dentro das 45 zonas sanitárias em que há restrições à circulação de pessoas, passem a “evitar todas as deslocações desnecessários”.
A partir de segunda-feira, as atuais 37 zonas sanitárias na área metropolitana de Madrid passam a ser 45 com restrições à mobilidade dos cidadãos: não é permitida a entrada ou saída, exceto para ter acesso a bens essenciais ou ir trabalhar, a lotação nos espaços fechados é reduzida para 50% e os estabelecimentos comerciais e hoteleiros devem fechar às 22:00.
Espanha registou ontem 10.653 novos casos de COVID-19, dos quais 40% em Madrid, elevando para 704.209 o número total de infetados até agora, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol. Por outro lado, o país contabilizou mais 84 mortes com a doença nas últimas 24 horas, aumentando o total de óbitos para 31.118.
Madrid continua a ser a comunidade autónoma com o maior número de infeções, tendo registado mais 4.350 casos do que o número notificado na quarta-feira.
Deram entrada nos hospitais com a doença nas últimas 24 horas 1.310 pessoas, das quais 486 em Madrid, 145 na Andaluzia, 110 em Castela e Leão e 104 na Catalunha.
Há em todo o país 11.041 pessoas hospitalizadas com a doença, que ocupam quase 10% das camas dos hospitais, e 1.445 pacientes estão em unidades de cuidados intensivos.
O Ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, advertiu hoje que "vêm aí semanas difíceis" na Comunidade de Madrid e instou a agir "com determinação" para assumir o controlo da pandemia. "Vêm aí dias difíceis pela frente em Madrid e temos de agir com determinação para assumir o controlo da pandemia. Neste contexto, vamos fazer as nossas recomendações", disse o responsável governamental.
A área metropolitana de Madrid é desde o início do mês, assim como foi na primavera, o epicentro da pandemia em Espanha, um dos países europeus mais duramente atingidos pelo Covid-19.
O executivo regional da região em que se encontra a capital espanhola irá decidir na sexta-feira se as atuais restrições à mobilidade em vigor em várias zonas da cidade devem ser alargadas a outras em que o nível de contágios também é elevado.
Desde segunda-feira que quase um milhão de pessoas na capital espanhola e arredores estão sujeitas a restrições rigorosas dos seus movimentos durante duas semanas.
As mais de 850.000 pessoas atingidas (de um total de 6,6 milhões de habitantes na região) estão proibidas de sair da sua zona de residência, exceto por razões muito específicas: para ir trabalhar ou estudar, para visitar um médico, para responder a convocação jurídica ou para cuidar de pessoas dependentes.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 978 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 1.931 em Portugal.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (41.882 mortos, mais de 409 mil casos), seguindo-se Itália (35.758 mortos, mais de 302 mil casos), França (31.442 mortos, mais de 460 mil casos) e Espanha (31.118 mortos, mais de 700 mil casos).
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