Numa nota publicada no seu ‘site’, a U. Porto adianta que os resultados, conduzidos pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), mostram que 32 trabalhadores terão estado em contacto com o vírus e desenvolvido anticorpos da classe IgG, “os mais importantes para avaliar uma possível – ainda não comprovada – imunidade ao novo coronavírus”.
O programa de rastreio, iniciado a 01 de junho, visa detetar a presença de anticorpos específicos - da classe IgG e IgM (imunoglobulinas que têm ação na proteção imediata e a longo prazo contra infecções) - para o vírus SARS-Cov-2 entre os colaboradores.
Além dos 32 trabalhadores que terão estado em contacto com o vírus e desenvolvido anticorpos IgG (que indicam que a pessoa já teve contacto com o vírus em alguma momento anterior e pode estar imunizada), os resultados, referente ao período de 21 de maio a 20 de julho, detetaram a presença de anticorpos da classe IgM (que indicam que a pessoa está na fase ativa da doença) em mais 116 trabalhadores, isto é, em 3,4% da amostra.
“Contudo, e à luz do estado atual do conhecimento, o valor de 0,9% - percentagem de trabalhadores com anticorpos IgG – embora mais conservador, será o que melhor refletirá a presença de uma resposta imune ao contacto com o vírus prolongada no tempo”, lê-se na nota, que acrescenta que o contacto com vírus entre os trabalhadores da U. Porto é “menor do que o que já foi encontrado noutras amostras”.
Para o ISPUP, entidade responsável pelo rastreio, tal pode ser explicado por uma “proporção muito elevada dos trabalhadores da universidade ter estado, e permanecer, em regime de teletrabalho”.
A nota detalha ainda existirem “diferenças nas características dos trabalhadores que tiveram um resultado reativo” aos dois anticorpos, sendo que a prevalência de anticorpos da classe IgG “cresceu com a idade”, foi superior nos homens, nos trabalhadores com o ensino básico e nos que não tinham nacionalidade portuguesa.
“Os trabalhadores com história de contactos com caso confirmado tiveram uma prevalência maior de IgG”, salienta a nota, acrescentando que dos 32 trabalhadores que apresentaram este tipo de anticorpos, 13 nunca tinham feito o teste de pesquisa do vírus e 15 já tinham tido diagnostico de infeção por SARS-CoV-2.
Destes trabalhadores, cinco que testaram IgG positivo afirmaram nunca ter tido sintomas sugestivos de covid-19.
Paralelamente, dos 116 participantes que apresentaram anticorpos da classe IgM, “nenhum foi positivo”, posteriormente, nos testes efetuados à covid-19, seja por zaragatoa ou nasofaríngea.
A esta primeira fase, que decorreu de 01 de junho a 10 de julho, seguir-se-á uma avaliação “seriada” dos participantes que testaram positivo, por forma a perceber quanto tempo durarão os anticorpos no organismo.
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