“O grupo parlamentar do PS/Madeira entende que é importante que as autoridades regionais de saúde direcionem os seus esforços em demonstrar a fiabilidade dos dados”, referem os deputados socialistas, em comunicado.
Hoje, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita que efetuou ao projeto-piloto “Nómadas Digitais”, na Ponta do Sol, o presidente do Governo Regional, o social-democrata Miguel Albuquerque, considerou “surreal” a diferença dos números de casos registados no arquipélago difundidos pelas autoridades nacional e regional de saúde.
Miguel Albuquerque defendeu que a Direção-Geral de Saúde (DGS) devia “deixar de divulgar” os dados da covid-19 relativos às regiões autónomas da Madeira e dos Açores, considerando que a discrepância de números põe em causa “a credibilidade da instituição e dos organismos de saúde”.
Na nota divulgada, os parlamentares socialistas insulares sustentam que, em vez de criticar, as autoridades regionais devem trabalhar para evitar “levantar quaisquer insuspeitas sobre os dados locais ao invés de encetar numa guerra de números contra a entidade nacional cujos dados são periodicamente escrutinados por várias instituições independentes”, ao contrário do que acontece na Madeira.
Para o PS/Madeira, “o que realmente contribui de forma negativa para a imagem pública da Madeira é o facto de ser a região do país com maior índice de transmissibilidade e, comparando com as Canárias e os Açores, o arquipélago com mais casos por cem mil habitantes”.
“O grupo parlamentar do PS/Madeira regista com surpresa as declarações do presidente do Governo Regional, que admitiu não entender os números diários apresentados pela Direção-Geral de Saúde sobre novos casos de covid-19 na região”, lê-se no documento.
Os socialistas madeirenses também questionam porque razão Miguel Albuquerque não tomou a mesma posição “quando os dados locais não eram atualizados e a DGS apresentava números muito inferiores aos das autoridades de saúde locais”.
O PS/Madeira recorda que, nessa altura, a Secretaria Regional de Saúde “justificava tal situação com o desfasamento temporal no envio dos dados, referindo sempre que os números mais fidedignos eram os apresentados pela entidade regional”.
“Segundo as mais recentes explicações prestadas pelas duas entidades, nacional e regional, à comunicação social, o desencontro entre os números apresentados pela DGS e SRS [serviço regional de saúde] resulta de um processamento retrospetivo de casos e problemas de compatibilidade da plataforma nacional de comunicação dos casos, a SINAVE”.
O PS/Madeira indica ainda que a DGS “alegou recentemente que 81% dos novos casos na Madeira tiveram um período entre o diagnóstico e a notificação superior a 48 horas, decorrente de intercorrências informáticas de um laboratório na região e que se encontram em processo de regularização.”
“Ou seja, a disparidade do número de casos covid entre as duas entidades tem origem num atraso do envio dos dados a nível regional”, sublinham os socialistas.
O último boletim divulgado pela DRS, na quarta-feira, indica que a Madeira reportou 48 novos casos de covid-19, elevando para 7.719 casos de infeção na região desde março de 2020, totalizando 67 óbitos.
Segundo os dados difundidos hoje pela DGS, na região Autónoma da Madeira foram registados 18 novos casos, contabilizando 7.953 infeções e 64 mortes devido à covid-19 desde março de 2020.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.621.295 mortos no mundo, resultantes de mais de 117,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.635 pessoas dos 812.575 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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