“O que está previsto de entrega de vacinas permite-nos cumprir os objetivos de uma forma tranquila. Até agora, as vacinas têm chegado de uma forma muito estável e muito próxima daquilo que foi comprometido”, disse Diogo Serras Lopes, acrescentando que, no caso de algumas vacinas, Portugal até recebe mais doses do que o previsto.

O secretário de Estado falava aos jornalistas no final de uma cerimónia de assinatura de um protocolo entre a Fundação Calouste Gulbenkian e o Instituto Doutor Ricardo Jorge de cooperação científica e clínica, que decorreu durante a manhã de hoje na fundação, em Lisboa.

Ainda sobre o decorrer do processo de vacinação contra o coronavírus responsável pela covid-19, o governante considerou que “tem funcionado” e os efeitos são sobretudo visíveis no atual número de internamentos e óbitos decorrentes da doença, comparativamente a outros períodos com um número de novos casos diários idêntico.

“Este caminho que se está a fazer de vacinação é importante para alterar a forma como estamos a lidar com esta pandemia”, afirmou, acrescentando que, mantendo o mesmo trajeto, é razoável esperar um regresso à normalidade em setembro.

A mesma expectativa já tinha sido avançada pelo primeiro-ministro, António Costa, que afirmou na terça-feira que o país deverá atingir no final do verão a imunidade de grupo, "um momento importantíssimo para a confiança e libertação total da sociedade".

Esse momento depende, no entanto, da forma como avança o processo de vacinação e já hoje a ‘task force’ responsável pelo plano reconheceu a falta de vacinas para responder à elevada procura dos autoagendamentos de pessoas mais novas, depois de na terça-feira o vice-almirante Gouveia e Melo, que coordena o grupo de trabalho, ter avançado que as vagas para o autoagendamento estão esgotadas em alguns concelhos, devido à elevada procura face ao número de vacinas disponíveis.

É neste cenário que o Governo está a negociar com a Comissão Europeia e alguns Estados-membros para que Portugal receba antecipadamente mais doses de vacina da Pfizer, como anunciou hoje a ministra da Saúde.

Perante os jornalistas, no entanto, a ministra da Saúde não especificou essa quantidade de vacinas de entrega antecipada a Portugal e questionado sobre o mesmo tema o secretário de Estado também não avançou números, nem prazos.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.232 pessoas e foram registados 939.622 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.