Esta posição foi assumida durante o debate quinzenal no parlamento pelo porta-voz do PAN, André Silva, que perguntou ao primeiro-ministro se "está ou não disponível para aumentar os controlos sanitários dos passageiros" que chegam por meio aéreo "e assim, mais uma vez, fazer de Portugal a referência internacional na contenção da doença", sem obter uma resposta direta de António Costa.

"Para o PAN, o mais eficaz neste momento é prevenir à entrada e garantir que não há fugas na malha da contenção. E, para, isso não precisamos de ir tão longe quanto Espanha, os Açores ou a Madeira, bastará que, para além da medição de temperatura, se assegure que à chegada os passageiros apresentem uma declaração de saúde comprovativa de teste negativo da COVID-19 realizado 48 horas antes do embarque", afirmou André Silva.

Sem abordar diretamente a questão do controlo sanitário de quem chega ao país de avião, o primeiro-ministro defendeu que "Portugal adotou todas as medidas para ser um destino seguro e limpo".

António Costa enunciou depois as "medidas de higienização que têm sido aplicadas nos vários aeroportos do país, designadamente em matéria de limpeza e desinfeção, com equipas em permanência" e o recurso a "tecnologia ultravioleta".

O primeiro-ministro salientou que foram feitas "melhorias no sistema de renovação do ar" e destacou também "a ordenação das filas de espera, os separadores de vidro ou em acrílico em balcões, os higienizadores em contentores ao pedal, as câmaras de temperatura, as salas de isolamento para separação em casos suspeitos".

"Posso-lhe, aliás, deixar o comunicado emitido sobre a Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo sobre os terminais portuários e aeroportuários da região de Lisboa que atestam as suas condições de perfeita segurança e funcionamento", acrescentou.

Dirigindo-se ao primeiro-ministro, André Silva retorquiu: "Não respondeu no que diz respeita à prevenção à entrada no nosso país através de meio aéreo".

Em seguida, o deputado do PAN interrogou o primeiro-ministro sobre os projetos turísticos na península de Troia e na Comporta, "em zonas especiais de conservação, com ecossistemas únicos que integram espécies prioritárias", criticando a autorização para a sua construção.

Na resposta, referindo-se ao projeto "Conjunto Turístico na Praia", António Costa disse ter informação de que "não está em conformidade com a declaração de impacto ambiental, pelo que não merece aprovação - é o que decorre das decisões do Ministério do Ambiente".

Por outro lado, André Silva propôs que o financiamento público da TAP seja condicionado a "contrapartidas de desempenho ambiental", mas o primeiro-ministro contrapôs que "a TAP é a segunda maior exportadora do país" e "uma companhia que é essencial para o país" que por isso terá o apoio do Estado.

No início deste frente a frente, o porta-voz do PAN assinalou a ida de António Costa ao Campo Pequeno na segunda-feira para assistir ao espetáculo "Deixem o Pimba em Paz", aproveitando para reafirmar a posição do seu partido contra as touradas.

"Queria partilhar consigo que tive uma visão do futuro: no Campo Pequeno, lá dentro Cultura, cá fora os tauromáquicos algemados. Que maravilha", exclamou André Silva.

A pandemia de COVID-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em dezembro do ano passado no centro da China, atingiu 196 países e territórios e já fez mais de 380 mil mortos a nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP.

Em Portugal, os primeiros casos foram confirmados no dia 02 de março e morreram 1.447 pessoas num total de 33.261 contabilizadas como infetadas, com 20.079 doentes considerados recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).