“Tenho a certeza que neste momento já todos os portugueses compreenderam que há um conjunto de regras que temos que continuar a seguir e a circunstância de outros não as cumprirem, não deve ser um álibi para aquilo que gostaríamos de fazer”, disse Marta Temido, que falava aos jornalistas antes de participar na sessão de abertura do Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, que decorre em Coimbra.

Questionada sobre o incumprimento das regras durante o fim de semana, na receção da final da Liga dos Campeões, no Porto, a ministra referiu que “houve várias bolhas de segurança e várias circulações aleatórias”, considerando que é importante retirar “as necessárias consequências em termos de saúde pública”, nomeadamente através da testagem das populações mais expostas ao potencial contágio.

“Houve momentos da ‘Champions’ que correram dentro daquilo que estava previsto e houve outros momentos que, por força daquilo que também foi a abertura da circulação de nacionais de outros Estados, vieram juntar-se àquilo que era um movimento previsto de deslocação, de acordo com determinadas regras”, acrescentou.

Para Marta Temido, está-se perante aquilo que classificou como um “difícil equilíbrio”.

“Por um lado, a propensão natural das pessoas para terem uma vida o mais normal possível e, por outro lado, a exigência sanitária da qual temos que manter cuidadoso respeito, no sentido de que as máscaras sejam mantidas, o distanciamento seja mantido e as demais regras sejam respeitadas”, frisou.

De acordo com a ministra, está “nas mãos de cada um” garantir esse equilíbrio.

Questionada sobre se haveria um regresso de público aos estádios nas competições desportivas portuguesas, Marta Temido disse que é preciso “apreciar cuidadosamente” as regras que irão reger o país nos próximos tempos.

A final da Liga dos Campeões, entre Manchester City e Chelsea, decorreu no Porto, no sábado, num jogo com a presença de adeptos ingleses, que durante os últimos dias estiveram aglomerados no centro da cidade, a maioria sem cumprir as regras ditadas pela pandemia de covid-19, como o uso de máscara e o distanciamento físico.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.543.125 mortos no mundo, resultantes de mais de 170,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.025 pessoas dos 849.093 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.