“As regras não estão encerradas. A DGS está a analisar o evento como aquilo que é: Um evento de massas. É uma análise de muito pormenor, que permita que o evento possa decorrer com as regras em vigor e que permitam a segurança de quem for ao evento”, afirmou a diretora-geral da Saúde.

Na conferência de imprensa de atualização sobre a pandemia, Graça Freitas vincou a responsabilidade do Partido Comunista Português (PCP) em assegurar o cumprimento das normas de prevenção da propagação do coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença COVID-19, venham a ser estabelecidas para o evento, agendado para os dias 04, 05 e 06 de setembro, no Seixal.

“Nesta questão da segurança, além das regras, há uma grande responsabilidade da entidade promotora em fazer cumprir e observar em cada momento as regras que forem acordadas. Ainda não está encerrado, mas é um processo de negociação em que iremos chegar a um acordo”, frisou.

Confrontada também com a realização neste fim de semana de um concerto em Fafe que juntou milhares de pessoas, a diretora-geral da Saúde foi taxativa na manifestação de “preocupação” pelos riscos de expansão de casos de COVID-19 associados à concentração destas pessoas.

“Todas as situações que colocam um risco têm da DGS uma forte reação de preocupação. O contacto físico é o maior de todos os riscos, e o contacto de múltiplas pessoas de múltiplas origens aumenta muito o risco. A DGS expressa a sua preocupação por essa festa. Espero que daqui não resulte nenhum surto. Faço um apelo a quem esteve presente neste evento e que venha a ter sintomas para contactar de imediato a Linha SNS 24”, observou.

A concentração nas escolas com o regresso às aulas presenciais para todos os ciclos a partir de setembro foi outro dos tópicos abordados na conferência. Graça Freitas revelou que “não há nenhuma alteração substancial nas orientações” para os transportes escolares e notou que a definição do modelo de trabalho para professores inseridos em grupos de risco “cabe a cada agrupamento”, envolvendo ainda o Ministério da Educação.

Já sobre as aulas de Educação Física, a posição assumida pelas autoridades vai “sair brevemente”, segundo a diretora-geral, e irá na direção da promoção da atividade física e do seu faseamento nas escolas, para evitar a formação de grandes aglomerados.

Em Portugal, morreram 1.801 pessoas das 55.720 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 809 mil mortes e infetou mais de 23,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.