Tedros Adhanom Ghebreyesus falava em conferência de imprensa na sede da organização, em Genebra, quando afirmou que nos próximos dias será divulgada uma estratégia atualizada e um plano de resposta à doença, com uma estimativa das necessidades financeiras para a próxima fase de resposta.

A propósito dos 100 dias que na quinta-feira se assinalam desde que a OMS foi notificada dos primeiros casos de uma pneumonia de causas desconhecidas na China, o diretor-geral da OMS disse ser “incrível” como o mundo mudou desde então, e fez um resumo do trabalho da organização, a começar logo no início de janeiro quando notificou oficialmente todos os países sobre o novo surto.

Desde visitas à China para aprender mais sobre o vírus, passando pelo apoio a países mais desfavorecidos, angariação de apoios financeiros ou ativação de redes globais de especialistas, pela OMS passou também a preocupação com a informação massificada, usando todas as plataformas.

A OMS continua, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, a procurar garantir o fornecimento de equipamentos médicos essenciais para os profissionais de saúde, tendo enviado até agora mais de dois milhões de “kits” de proteção individual para 133 países, devendo enviar mais outros tantos “nas próximas semanas”.

“Enviamos mais de um milhão de testes de diagnóstico para 126 países, em todas as regiões, e estamos a adquirir mais”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, referindo que a OMS está a trabalhar com a Câmara de Comércio Internacional, com o Fórum Económico Mundial e com agências da ONU e o setor privado para acelerar a produção e distribuição de suprimentos médicos essenciais.

Paralelamente estão a ser mobilizados e treinados profissionais de saúde, porque é preciso treinar muitos milhões no combate ao novo coronavírus, e está a ser acelerada a área da investigação, disse.

“Para entender melhor a transmissão, a epidemiologia e as características clínicas do vírus, desenvolvemos protocolos de pesquisa que estão a ser usados em mais de 40 países, de forma coordenada”, afirmou o responsável, explicando que hoje mesmo 130 cientistas e financiadores de todo o mundo assinaram um acordo com a OMS no sentido de acelerar o desenvolvimento de uma vacina.

E porque a época da Páscoa é “especial para cristãos, judeus e muçulmanos” a OMS divulgou recomendações para as comunidades religiosas, com Tedros Adhanom Ghebreyesus a dizer entender que devido à doença milhares de milhões de pessoas não vão poder celebrar como de costume, desejando ainda assim uma Páscoa e um Ramadão felizes e seguros.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes até agora, havendo 13.141 casos de infeções confirmadas.

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