Em declarações à Lusa, Rogério Bacalhau adiantou que sete dos infetados integram o grupo que se encontra isolado na Escola Básica de Santo António, em Faro, mas, entretanto, surgiram “mais dois casos” de uma outra comunidade de trabalhadores rurais.

Desde segunda-feira que mais de 70 trabalhadores rurais estão de quarentena em Faro, depois de ter sido confirmado no domingo um caso de Covid-19 envolvendo um cidadão de nacionalidade nepalesa, que trabalha e reside na zona rural do concelho.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Na terça-feira, três destes trabalhadores testaram positivo para a Covid-19, número que subiu entretanto para sete e a que acrescem agora outros dois, de outro grupo, totalizando nove trabalhadores rurais infetados no concelho, segundo um balanço traçado à Lusa por Rogério Bacalhau.

O presidente da autarquia adiantou que as autoridades de saúde têm estado a fazer “o acompanhamento e rastreamento” daqueles casos, nomeadamente, saber “onde trabalham, os contactos que tiveram e a rastrear outros trabalhadores”.

O autarca avançou que estes dois novos casos são de uma comunidade com condições de habitação “melhores do que as do grupo ainda em quarentena”, o que, para já, “não obriga a que tenham de ser tomadas outras medidas”.

Dos nove casos, sete são de nacionalidade indiana, um de nacionalidade nepalesa e outro de naciionalidade paquistanesa, acrescentou.

Rogério Bacalhau revelou, ainda, a existência de “mais um caso no concelho”, sobre o qual ainda não tem “informação concreta”.

Em relação à comunidade que está em quarentena numa escola, o autarca frisou que as condições foram “melhoradas”, com a retirada dos suspeitos “do pavilhão para salas de aulas”, para que pudessem estar “mais confortáveis e divididos”.

“Os que apresentam sintomas estão numa ala e os que não apresentam estão separados”. A senhora que também está neste grupo de quarentena, passou a ter um espaço só para ela”, destacou o presidente da Câmara de Faro.

Rogério Bacalhau informou que o pavilhão e o ginásio são utilizados para “convívio e refeitório”, onde são servidas refeições duas vezes ao dia, divididas em turnos “para evitar o contacto ao máximo” e que existe também acesso a comida ao longo do dia.

Revelou ainda que a utilização do pavilhão foi uma “situação de recursos de emergência imediata, melhorada depois com a colocação nas salas”.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira. O número de mortos no país subiu para seis, um deles no Algarve.

Dos casos confirmados, 894 estão a recuperar em casa e 126 estão internados, 26 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI). Das pessoas infetadas em Portugal, cinco recuperaram.

O boletim divulgado pela DGS assinalava 7.732 casos suspeitos até quinta-feira, dos quais 850 aguardavam resultado laboratorial.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira, que se prolonga até às 23:59 de 02 de abril.

Pandemia continua a alastrar

Ao todo, já morreram em todo o mundo 10.049 pessoas e há 246.522 casos contabilizados. Apenas um terço recuperou (88.486).

Itália superou a China esta quinta-feira no número de mortes por coronavírus, com 427 novos óbitos em 24 horas, o que levou a um total de 3.405, segundo dados oficiais do governo italiano.

Assim, Itália (3.405) tornou-se o país com mais mortes por COVID-19, à frente da China (3.245), Irão (1.284) e Espanha (1.002).

A doença parece estar a infetar as pessoas a um ritmo mais rápido: os primeiros 100.000 casos demoraram três meses a aparecer, mas os segundos surgiram num intervalo de apenas 12 dias, adverte a Organização Mundial de Saúde que alerta para a rápida propagação da pandemia.

Devido à pandemia, foram vários os Estados-membros da UE que adotaram medidas para promover o isolamento social, tentando assim conter o surto. Portugal incluído.

A doença já se alargou a 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar a situação como de pandemia.

Acompanhe ao minuto os efeitos do COVID-19 no país e no mundo

Os vírus e os coronavírus: quais as diferenças?