De acordo com o Instituto norueguês de Saúde Pública, todos os passageiros infetados estão registados como moradores na Noruega.

Este navio de cruzeiro, o ‘Roald Amundsen’, costuma atuar como ‘ferry’ local, viajando de porto em porto ao longo da costa oeste da Noruega.

Alguns passageiros desembarcaram ao longo da rota e as autoridades temem que possam ter espalhado o vírus nas comunidades locais.

A emissora norueguesa NRK disse na sexta-feira que o chefe de operações da empresa proprietária do navio, Bent Martini, que viajava no barco, foi temporariamente suspenso, mas não explicou se isso se deveu a um resultado positivo do seu teste.

Após o surto no ‘Roald Amundsen’, o armador do navio suspendeu, na segunda-feira, todos os cruzeiros e a Noruega fechou os seus portos a navios de cruzeiro por duas semanas.

A medida afeta os cruzeiros com mais de 100 pessoas a bordo, mas exclui os restantes barcos.

A Agência de Saúde pública norueguesa notificou, no final de julho, a companhia de navegação sobre a existência de um caso positivo num passageiro que tinha viajado no “Roald Amundsen” para Svalbard, entre 17 e 24 de julho, mas apesar de as autoridades aconselharem que fossem informados os restantes passageiros, a companhia não acatou a recomendação.

A empresa proprietária do navio, a Hurtigruten, alega que desconhecia essa norma, que seguiu as recomendações dos médicos a bordo e que apenas comunicou os casos positivos dos seus tripulantes quando estes ocorreram, o que coincidiu com a chegada ao porto da segunda viagem do “Roald Amundsen”, que manteve a tripulação em ambas.

As autoridades têm tentado localizar todos os 386 passageiros das duas viagens para lhes indicar que cumpram uma quarentena, num caso que pode afetar residentes em 69 municípios do país nórdico.

A Noruega, com 5,4 milhões de habitantes, registou até ao momento cerca de 9.300 pessoas infetadas pela COVID-19 e 255 mortos, de acordo com os dados oficiais.

A pandemia de COVID-19 já provocou mais de 712 mil mortos e infetou mais de 19 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.