O Ministério da Defesa anunciou ter enviado cerca de 40 médicos e outros 160 militares para preencher lacunas de pessoal porque muitos trabalhadores do sistema de saúde público (NHS) estão doentes ou em isolamento devido ao grande aumento de casos de infeção na capital.
A mobilização militar reflete o impacto sobre os serviços de saúde britânicos da atual vaga da pandemia, que infetou quase 180.000 pessoas na quinta-feira no país, obrigando muitos trabalhadores de vários setores a ficarem em casa.
“Os homens e mulheres das nossas forças armadas estão mais uma vez a preparar-se para apoiar os seus dedicados colegas no NHS enquanto trabalham lado a lado para proteger a nação do covid-19”, afirmou o ministro de Defesa, Ben Wallace.
Esta não é a primeira vez que os militares são envolvidos no esforço de combate à pandemia, tendo construído hospitais de campanha, conduzido ambulâncias, administrando vacinas ou ajudando nos hospitais.
Porém, a mobilização nesta altura evidencia as dificuldades que estão a ser sentidas, tendo Chaand Nagpaul, presidente do conselho da ordem dos médicos britânicos dito à Sky News que “nunca tivemos este nível de ausências nas equipas antes”.
O primeiro-ministro, Boris Johnson, disse no início desta semana que esperava que o país conseguisse “superar” a pandemia sem mais restrições, apesar de ter admitido que as próximas semanas serão “difíceis” e que alguns hospitais poderão ficar sobrecarregados.
Em toda a Inglaterra, dezenas de hospitais declararam “incidentes críticos” devido à falta de pessoal, resultando no adiamento de operações não urgentes.
Na quarta-feira estavam internados 17.988 pacientes, o valor mais alto desde meados de fevereiro de 2021, refletindo o impacto da variante Ómicron.
O Reino Unido registou 179.756 novos casos e 231 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas, menos do que os 194.747 casos e 334 mortes notificados no dia anterior.
Atualmente, 60,6% da população britânica com mais de 12 anos já recebeu a terceira dose ou vacinação de reforço, considerada importante para a melhorar a imunidade contra a variante Ómicron, mas cerca de 10% ainda não recebeu uma primeira dose.
A covid-19 provocou 5.456.207 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em diversos países.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
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