De acordo com a pesquisa, realizada na segunda e terça-feira, dias 25 e 26, 50% dos 2.069 entrevistados classificaram a administração do líder de extrema-direita como má ou péssima na gestão da crise sanitária, 22% disseram que era regular, 27% consideraram boa ou excelente e 1% declarou não saber responder.

O Brasil é o país mais afetado pela pandemia na América Latina e o segundo com mais casos de covid-19 no mundo (438.238) e o sexto com mais mortes (26.417).

O pico da curva de contágio no território brasileiro deverá acontecer em julho, portanto, espera-se que os números continuem a crescer exponencialmente nas próximas semanas.

Apesar do avanço da doença, Bolsonaro é um dos governantes mais céticos sobre a gravidade da doença, que ele descreveu como “gripezinha”.

O líder brasileiro rejeitou as medidas de distanciamento social impostas pelos governos regionais para tentar interromper a proliferação do novo coronavírus e exigiu a normalização imediata de todas as atividades económicas inúmeras vezes.

Bolsonaro acredita que a maioria da população será infetada independentemente das medidas de isolamento adotadas e que a fome e o desemprego gerados pela interrupção das atividades económicas podem causar mais mortes no Brasil do que a própria doença.

O chefe de Estado perdeu os seus dois últimos ministros da Saúde devido a divergências sobre a estratégia de combate à pandemia, que até agora se concentrou na autorização para promover o fornecimento de cloroquina, um medicamento sem eficácia cientificamente comprovada para tratar a covid-19, e cujo uso já foi vetada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o Datafolha, 33% dos brasileiros consideram Bolsonaro como “muito responsável” pelo avanço da pandemia, 20% acreditam que ele é “um pouco responsável” e 45% o isentam de responsabilidade.

As mudanças de gestão do Ministério da Saúde também provocaram uma queda de popularidade deste órgão do Governo brasileiro.

O levantamento mostrou que a taxa de aprovação do Ministério da Saúde e das suas ações para controlar a pandemia caiu de 76% em abril para 55% em maio.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.