“Sabemos que têm sido utilizadas as soluções que em cada momento são as mais eficientes”, afirmou a governante, sublinhando: “Somos neste momento um dos países da União Europeia [UE] que mais vacinas tem administradas, queremos fazer esta corrida contra a variante Delta através da vacinação e não através de outras medidas que o senhor deputado [Ricardo Batista Leite, do PSD] já referiu e sobre as quais não gostaríamos, de facto, de as ter de suscitar.”

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Numa audição regimental na Comissão de Saúde da Assembleia da República, a ministra foi questionada pelo deputado social-democrata se as medidas que estavam a ser tomadas eram suficientes para enfrentar a evolução da situação epidemiológica e se defendia um regresso ao estado de emergência para assim viabilizar medidas mais restritivas e lembrou que isso não passa exclusivamente pelo Governo.

“Assistimos hoje a um crescimento do número de casos que esperamos conseguir contrariar, mas que não é acompanhado em termos de internamentos e óbitos. Estamos confiantes. Não é só o Governo que opta pela utilização de um determinado mecanismo de enquadramento, também a AR e o Presidente da República têm uma palavra e saberão, em cada tempo desta evolução, voltar ou não a recorrer a mecanismos que a lei tem especificados. Não há impossibilidades totais, há necessidades de avaliação constante”, reiterou.

Marta Temido assinalou também que, apesar da evolução negativa da pandemia a nível nacional nas últimas semanas, Portugal enfrenta hoje condições “distintas” em relação ao início do ano, enfatizando a este nível o processo de vacinação “que tem sido bem sucedido e que tem permitido proteger” a população.

Paralelamente, a governante rebateu as críticas à manutenção da matriz de avaliação da situação epidemiológica que tem servido de base nas decisões sobre o processo de desconfinamento, ao defender que não se resume exclusivamente à evolução da incidência e do indicador de transmissibilidade (Rt).

“A matriz não tem só dois indicadores. Os relatórios epidemiológicos diários têm lá outros indicadores: óbitos, utilização de capacidade hospitalar e número de doentes internados em UCI e enfermaria”, observou, acrescentando: “Não é correto dizer que só utilizamos dois critérios, utilizamos mais. Temos estes dois critérios como a primeira abordagem”.

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Igualmente presente na audição, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, revelou que há mais de 4.300 profissionais de saúde alocados à vacinação contra a covid-19, mais de 600 dos quais médicos.

Segundo disse o governante aos deputados da Comissão Parlamentar de Saúde, a vacinação contra a covid-19 conta com 4.730 profissionais de saúde, 620 dos quais médico e 2.626 enfermeiros. A propósito da necessidade de reforço de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde, Lacerda Sales disse ainda que, em maio deste ano, estavam contabilizados 147.645 efetivos, "mais 7.910 do que a 31 de maio de 2020".

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.118 pessoas e foram registados 892.741 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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