Na primeira semana da fase de mitigação da pandemia em Portugal, os hospitais privados atenderam 2.270 cidadãos com suspeita de infeção por covid-19 e, desses, 112 vieram a dar positivo, dos quais nove se encontram nos cuidados intensivos, informou hoje a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) em nota de imprensa.

"De modo a evitar que a covid-19 afete também outros níveis da saúde dos portugueses, seria importante delinear um programa extraordinário das prestações do SNS, para o qual os hospitais privados têm toda disponibilidade para participar", propôs o presidente da APHP, Óscar Gaspar, citado na nota de imprensa.

Para o responsável, “este é o momento de, para benefício dos portugueses, articular os meios disponíveis no SNS”.

A proposta da APHP surge depois de notícias que dão conta da redução da afluência de utentes às urgências e aos exames de diagnóstico, dando o exemplo das colonoscopias.

Perante a “focalização do SNS na luta contra a covid-19, os hospitais privados reafirmaram a sua inteira disponibilidade para colaborar na satisfação das necessidades de saúde dos portugueses”, sublinha a APHP.

Os hospitais privados não se mostraram “indiferentes aos relatos de doentes e familiares apreensivos com adiamentos”, que, frisou a associação, “podem induzir outro tipo de problemas, quer na saúde dos portugueses quer na gestão hospitalar futura”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 59 mil. Dos casos de infeção, mais de 211 mil são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 266 mortes, mais 20 do que na véspera (+8,1%), e 10.524 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 638 em relação a sexta-feira (+6,5%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.