“Se se confirmar a trajetória de descida [esta semana], quer do número de casos ativos, quer do número de novos casos diários, eu julgo que estão criadas as condições para as nossas freguesias saírem do estado de calamidade”, afirmou o autarca comunista, em declarações à agência Lusa.
Em causa estão as Uniões de Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação, e de Sacavém e Prior Velho, duas das 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa (AML) com medidas mais restritivas devido ao surto da covid-19.
Bernardino Soares adiantou que neste momento em todo o concelho de Loures estão ativos cerca de 350 casos, “um número muito abaixo” dos que já se verificaram.
“Os últimos números apontam para uma média de 19 casos diários, muito abaixo dos 30, 40, 50 que tivemos noutras semanas. Portanto, a situação está bastante normalizada”, sublinhou.
Apesar de considerar que estão reunidas as condições para que as duas freguesias saiam da situação de calamidade, o autarca ressalvou que “a decisão será obviamente do Governo”.
“Vamos continuar a ter covid-19 no nosso território e vamos ter de continuar a trabalhar e a manter as equipas no terreno, mas acho que estamos já num patamar em que podemos lidar com isso sem estar em estado de calamidade”, insistiu.
Na próxima segunda-feira o Governo reúne-se com os presidentes dos cinco municípios da AML com freguesias em estado de calamidade para discutir e decidir o prolongamento ou não desta medida.
A generalidade de Portugal continental entrou no dia 01 de julho em situação de alerta devido à pandemia de covid-19, com exceção da AML, que passou para o estado de contingência.
Dentro da AML, que é constituída por 18 municípios, 19 freguesias de cinco concelhos (Loures, Amadora, Odivelas, Lisboa e Sintra) estão em estado de calamidade, já que, disse na altura o primeiro-ministro, é onde se concentra “o foco de maior preocupação de novos casos [de infeção] registados”.
As 19 freguesias que estão em estado de calamidade são: Santa Clara (Lisboa), as quatro freguesias do município de Odivelas (Odivelas e as uniões de freguesias de Pontinha e Famões, Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, e Ramada e Caneças), as seis freguesias do concelho da Amadora (Alfragide, Águas Livres, Encosta do Sol, Mina de Água, Venteira e União de Freguesias de Falagueira e Venda Nova), seis freguesias de Sintra (uniões de freguesias de Queluz e Belas, Massamá e Monte Abraão, Cacém e São Marcos, Agualva e Mira Sintra, Algueirão-Mem Martins e a freguesia de Rio de Mouro) e duas freguesias de Loures.
Nestas freguesias foram impostas medidas especiais de confinamento, como o “dever cívico de recolhimento domiciliário”, ou seja, as pessoas só devem sair de casa para ir trabalhar, ir às compras, praticar desporto ou prestar auxílio a familiares.
Os ajuntamentos ficam limitados a cinco pessoas e estão proibidas as feiras e mercados de levante.
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