À agência Lusa, o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), Gonçalo Lopes, também presidente da Câmara de Leiria, justificou hoje a situação com a necessidade de um perfil de vocação para lidar com a população idosa, o receio da pandemia e a remuneração.
Gonçalo Lopes adiantou que àquela medida, do Instituto do Emprego e Formação Profissional, para contratação de pessoas no âmbito do combate à pandemia, “têm recorrido instituições, autarquias, comunidades intermunicipais ou IPSS [instituições particulares de solidariedade social], de forma a conseguirem ter temporariamente recursos humanos para fazer face à falta destes, sobretudo na área social de apoio a idosos”.
“Foi com esse objetivo que na Câmara de Leiria fizemos uma candidatura de seis elementos e conseguimos contratar três, numa candidatura feita antes da da CIMRL”, afirmou.
O autarca esclareceu que “estas três pessoas, desempregadas, tiveram formação para a função que desempenham e também ao nível da segurança”, e estão a dar apoio na estrutura de retaguarda para doentes com o novo coronavírus instalada no Seminário de Leiria e em lares do concelho onde têm ocorrido surtos, dando apoio “às equipas existentes numa forma de complemento”.
Segundo Gonçalo Lopes, esta estratégia foi repetida pela CIMRL, “através de uma candidatura que pudesse servir o território dos 10 municípios”.
“Houve tentativas com o Centro de Emprego, divulgação nas juntas de freguesia, contactos pessoais e tem sido difícil”, reconheceu o autarca, considerando que uma das razões se deve ao facto destas funções “obrigarem a uma vocação e dedicação, nomeadamente em lidar com a população idosa que tem um nível de dependência muito elevado, e não é qualquer pessoa que consegue responder a questões relacionadas com a higiene, mobilidade ou alimentação” dos idosos.
Por outro lado, “há também o risco associado à pandemia”, observou.
“Uma vez que a maioria dos surtos ocorre em lares de idosos, a situação afasta as pessoas”, salientou Gonçalo Lopes, apontando ainda que “a remuneração não é aliciante”.
“Faria todo o sentido que a remuneração fosse superior para ultrapassar a falta de funcionários que estas instituições têm neste período”, declarou.
Gonçalo Lopes acrescentou que a candidatura da CIMRL – que previa a contratação de um técnico de serviço social, um ajudante de serviços gerais e sete ajudantes de ação direta, aprovada em 24 de novembro de 2020 – mantém-se aberta, continuando a ser pedida ao Centro de Emprego “a indicação de pessoas com aquele perfil”.
No âmbito desta medida, o IEFP paga 90% do valor da bolsa, enquanto à CIMRL compete os restantes 10% mais subsídios de alimentação e transporte, seguro, formação e os equipamentos de proteção individual necessários para o desempenho da função, informou a comunidade intermunicipal, referindo, por exemplo, que as ajudantes têm uma remuneração mensal de 658,22 euros se não auferirem subsídio de desemprego.
A CIMRL integra os Municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.
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