A Islândia é o único país que há três semanas está classificado como "verde" no mapa do Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Doenças (ECDC), o que significa que os países da União Europeia (UE) teoricamente não precisam de exigir testes ou quarentena aos viajantes procedentes desse país.

Desde meados de novembro, com bons resultados, a grande ilha do Atlântico norte começou a relaxar progressivamente as suas restrições, em quatro etapas, numa estratégia de "alívio prudente".

Agora, levantar pesos ou correr numa esteira no ginásio, nadar ou mergulhar na piscina são atividades possíveis na Islândia, ao contrário de muitos países da Europa.

"Temos muita sorte na Islândia", declarou Jón Gardar Gudmundsson, um assessor financeiro de 52 anos que ainda está sem fôlego depois de um treino longo num ginásio da capital.

Com apenas cinco novos casos (sem contar os vinte casos retidos nas fronteiras) nos últimos 14 dias, a epidemia está no seu nível mais baixo em mais de cinco meses e a sua taxa de incidência é a menor da Europa fora da pequena Cidade do Vaticano (0), segundo dados oficiais recolhidos pela AFP.

Embora a tendência seja de diminuição na maioria dos países europeus, nenhum deles se pode gabar de uma situação tão boa.

Sequenciamento de todos os casos

Afinal, qual é a receita do sucesso islandês?

"A vontade da nação de cumprir com todas as restrições estabelecidas, a força de nossa comunidade médica para enfrentar e, é claro, a combinação do acompanhamento dos casos de contacto, os testes e o sequenciamento de todos os casos positivos", explica Vídir Reynisson, um alto responsável da polícia, que se tornou uma figura dos pontos de informação das autoridades.

Ser uma grande ilha de apenas 365.000 habitantes nos confins do círculo polar também parece ser uma vantagem inegável.

Embora a vida tenha voltado ao normal e o país seja um dos mais rápidos da Europa na vacinação, é preciso agir com cautela.

Graças ao sequenciamento sistemático de cada caso positivo, foram detetados cerca de 60 casos da variante britânica desde a sua chegada e de forma muito rápida, impedindo a sua propagação descontrolada.