“Sabendo que os espaços verdes trazem inúmeros benefícios para a saúde física e mental, queremos perceber até que ponto as pessoas durante este período contactaram mais com os espaços verdes, seja dentro de casa ou em espaços públicos”, afirmou Ana Isabel Ribeiro, investigadora do ISPUP.
Em declarações à Lusa, a coordenadora do projeto, desenvolvido em colaboração com investigadores da Universitat Autónoma de Barcelona e o Hospital del Mar Medical Research Institute (Barcelona), explicou que o objetivo é “compreender o efeito da exposição a espaços verdes na saúde mental e física” dos portugueses.
“Será que este contacto ajuda as pessoas a lidarem melhor com o confinamento e isolamento social? “Como influenciará a sua saúde física e mental?”, exemplificou Ana Isabel Ribeiro, referindo-se a algumas das hipóteses colocadas pelos investigadores.
Nesse sentido, foi lançado um questionário ‘online’, que se encontra dividido em quatro módulos: a utilização dos espaços verdes e o contacto com a natureza, o stress, a sintomatologia e a caracterização da habitação.
Segundo Ana Isabel Ribeiro, as respostas obtidas com o inquérito, que está disponível, pelo menos, até 04 de maio, vão permitir “caracterizar o padrão de utilização dos portugueses”, bem como comparar a exposição dos portugueses com a dos espanhóis.
“Espanha teve uma situação pior do que a nossa, portanto, é natural que a população estivesse exposta a maiores níveis de stress”, realçou, acrescentando que o objetivo é também perceber “até que ponto as medidas aplicadas por cada país restringiram o acesso” a este espaços.
À Lusa, a investigadora adiantou que o propósito final do estudo é “confirmar a hipótese colocada de que de facto as pessoas que frequentam mais estes espaços têm níveis de stress e de sintomas inferiores”.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Portugal contabiliza 928 mortos associados à covid-19 em 24.027 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
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