Depois de dias e dias de agonia, Chris Savage, um desempregado de 42 anos, residente em Southsea, cidade portuária de Portsmouth, no condado de Hampshire, no sul de Inglaterra, tomou uma decisão drástica. Uma vez que, devido à pandemia viral de COVID-19, não conseguia uma consulta no dentista, não esteve com meias medidas e arrancou dois dos próprios dentes com um alicate. Para acalmar as dores, antes do ato desesperado, bebeu oito latas de cerveja. "Fiquei completamente bêbado", confidencia.
Depois de extrair o primeiro dente, no quarto, esperou um dia antes de arrancar o outro. "Ninguém quer tirar uma parte da cara com um alicate e sem qualquer analgésico. Quando o pus na boca, doeu-me mas, depois de esperar cinco minutos, teve de ser", desabafa o britânico, que ficou sem emprego durante o confinamento. "Foi a pior coisa que alguma vez fiz", admite Chris Savage. "Não deitou muito sangue mas derramou o suficiente para me assustar. Ainda assim, valeu a pena o risco de infeção que corri", diz.
O inglês, que antes residia em Alton, a 320 quilómetros de Portsmouth, perdeu dois dentes da frente numa queda de bicicleta o ano passado e, recentemente, começou a queixar-se de dores em dois dos que resistiram ao embate. Para os tratar, ligou para mais de duas dezenas de dentistas da região mas, por causa do novo coronavírus, nenhum dos consultórios que contactou está a aceitar novos pacientes. Como também não conseguiu consulta nas urgências, em desespero, a semana passada, decidiu cortar o mal pela raiz.
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