“A Fnam teve conhecimento de que o Hospital de Santa Maria [em Lisboa] pretende não colocar em isolamento os profissionais de saúde que tiveram contacto direto com os casos diagnosticados com COVID-19. Pretende que se mantenham ao trabalho, com máscara. Trata-se de um comportamento inaceitável por parte de um dos maiores hospitais do país, que se designa como hospital de referência”, lê-se no comunicado.

Dois doentes internados em enfermarias no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte foram diagnosticados com COVID-19 e estão isolados, de acordo com uma circular normativa de comunicação interna deste centro hospitalar divulgada hoje pela RTP. 

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

A Fnam refere que “qualquer cidadão em situação de contacto direto com caso diagnosticado com o COVID-19 tem indicação de permanecer em quarentena”, pelo que considera inaceitável que o mesmo não seja adotado para os profissionais de saúde.

“Não se compreende como é que uma Administração Hospitalar toma para si decisões que são do foro da Autoridade de Saúde, mais ainda pretendendo impor aos seus trabalhadores medidas discriminatórias em relação a qualquer outra pessoa. É uma atitude que desrespeita os direitos dos profissionais de saúde e de risco para a população”, lê-se no comunicado.

Acrescentam ainda que a decisão desrespeita recomendações da Direção-Geral de Saúde e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

“A Fnam não será complacente com qualquer falha de segurança que ponha em risco os médicos, outros profissionais de saúde e a população”, conclui o comunicado.

De acordo com a circular normativa hoje divulgada pela RTP, para os profissionais de saúde que mantiveram contacto com os dois doentes, o CHLN determinou a sua divisão em três grupos de abordagem: os que apresentam sintomas, os assintomáticos que mantiveram contactos de risco com os pacientes infetados e profissionais assintomáticos sem critérios de risco.

Aos dois primeiros serão realizados testes laboratoriais e em caso de resultado positivo serão colocados de quarentena. Em caso de resultados negativos vão manter a “atividade profissional regular com máscara e vigilância ativa durante 14 dias”.

Para os profissionais assintomáticos determina-se a manutenção da atividade profissional regular com máscara e vigilância ativa durante 14 dias.

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