”As nossas forças de segurança vão encarregar-se de fazer cumprir o recolher obrigatório imposto ao anoitecer e que dura até ao amanhecer”, destacou o chefe de Estado, que falava enquanto usava uma máscara de proteção.

Emmerson Mnangagwa acrescentou que as medidas entram na quarta-feira em vigor e irão durar “até que a situação melhore”.

Segundo a oposição, estas imposições procuram também evitar manifestações antigovernamentais, noticia a agência Efe.

Naquele país africano o total de infeções por covid-19 ascende aos 1.713, registando-se 26 mortos, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

Mais de 600 infeções foram todas registadas durante a última semana.

“A concentração de pessoas em espaço público com fins sociais, religiosos ou políticos continua proibida”, realçou o Presidente do país, numa mensagem transmitida desde o palácio presidencial em Harare.

A oposição ao regime e os grupos de direitos humanos consideram, no entanto, que esta proibição de qualquer concentração de pessoas nas ruas tem como objetivo evitar que se realize, em 31 de julho, uma manifestação anticorrupção que exige a saída de Emmerson Mnangagwa do poder.

Na segunda-feira, a polícia local prendeu dois críticos do Governo, o jornalista Hopewell Chin’ono, muito envolvido em temas de corrupção, e o líder da oposição, Jacob Ngarivhume, ambos por alegadamente terem “incentivado à violência” através das redes sociais, chamando os zimbabuenses a protestarem.

A pandemia de covid-19 é agora a última crise a atingir aquele país do sul de África, que tem 15 milhões de habitantes e que vive com escassez crónica de alimentos, uma forte crise económica e uma hiperinflação superior a 785%.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 610 mil mortos e infetou mais de 14,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em África, há 15.418 mortos confirmados em mais de 736 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.