“Os idosos, como os doentes com comorbilidades, serão uma prioridade para este Governo, aliás, como tem sido uma prática sempre deste Governo priorizar as faixas mais vulneráveis”, afirmou aos jornalistas, frisando: “Não há limite para a idade”.

Numa conferência de imprensa na Base Aérea n.º 11 (BA11) de Beja, Lacerda Sales insistiu que as faixas mais vulneráveis da população, como os idosos, nomeadamente aqueles que são residentes de lares, têm sido “uma prioridade” para o executivo, o que se vai manter quanto ao plano de vacinação para a covid-19.

“Temos o exemplo de todo o trabalho que temos feito em lares, em estruturas residenciais para idosos, e, portanto, não seria agora, e não será com certeza, que a idade será um limite para vacinação”, afiançou.

Segundo uma proposta de especialistas da Direção-Geral da Saúde (DGS), reproduzida hoje nos jornais, as pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves, funcionários e utentes de lares de idosos e os profissionais de saúde envolvidos na prestação direta de cuidados deverão ser os primeiros a ser vacinados contra a covid-19, ficando assim de fora idosos sem doenças.

Em reação às notícias hoje veiculadas, o coordenador da ‘task force’ criada pelo Governo para definir todo o plano de vacinação contra a covid-19, Francisco Ramos, explicou hoje à Lusa que a proposta apresentada pela DGS “não tem qualquer limite de idade para as pessoas internadas em lares”.

Os residentes em lares, de qualquer idade, os funcionários destas instituições, os profissionais de saúde, das forças de segurança e os idosos com comorbilidades severas são os grupos prioritários propostos pela DGS para a vacina contra a covid-19, declarou Francisco Ramos.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse hoje, na BA11, onde visitou um cento de acolhimento para doentes com covid-19, que o Governo recebeu uma proposta da DGS” relativa à vacinação que “inclui todos os idosos dos lares, sem limite de idade”, tal como “profissionais desses lares, profissionais de saúde, forças da autoridade, doentes com comorbilidades”.

“Portanto esta é que é a realidade da proposta que recebemos”, a qual “ainda não foi analisada pelo Ministério da Saúde”, mas que, “a seu tempo, com ponderação e serenidade”, será alvo de análise e de “decisão política”, disse.

O governante admitiu que “há determinadas vacinas” que, devido a critérios técnicos, têm “uma indicação para determinadas faixas etárias”, mas essa “é a única limitação”, porque, “para este Governo não há nenhuma limitação da idade”, insistiu.

Lacerda Sales, que esteve acompanhado pelo secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional Jorge Seguro Sanches, realçou ainda que o processo de vacinação, que é “muito complexo”, está a ser “conjugado com todos os países da União Europeia” e, depois, “internamente terá uma estratégia”.

“Obviamente que não nos vamos vacinar todos ao mesmo tempo e as vacinas irão chegar por ‘tranches’, pelo que “haverá grupos prioritários em função dessas vacinas”, afirmou, deixando uma garantia: “Vamos esperar que cheguem os lotes, gradualmente”, mas “haverá doses para vacinar com o objetivo de termos a maior cobertura possível”.

Portugal contabiliza pelo menos 4.209 mortos associados à covid-19 em 280.394 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 08 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

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