“Neste momento não seria problema maior a falta de fundos”, mas sim “a questão da disponibilidade a nível do mercado internacional de tudo o que é necessário: máscaras, testes, equipamento de proteção [para profissionais de saúde], respiradores, reagentes [para testes], zaragatoas”, descreve Djamila Cabral.
Esse é o desafio, nota, uma vez que “todos os parceiros e doadores estão dispostos a apoiar o plano do Ministério da Saúde (Misau)” e de forma generalizada já autorizaram a reprogramação de verbas nesse sentido, refere.
Todos os parceiros “estão neste momento a trabalhar com o Ministério da Saúde para finalizar o Plano Operacional [de Preparação e Resposta à covid-19] para se poder ter uma ideia exata” das necessidades de fundos.
O Plano Operacional do Misau está orçado em cerca de 50 milhões de dólares (45,6 milhões de euros) sendo que o capítulo sobre compra de material e equipamento ronda os 30 milhões de dólares (27,3 milhões de euros).
A diferença inclui custos ligados a transporte, serviços adicionais e pessoal, estando previsto o recrutamento de 1.700 novos quadros da área da saúde.
O plano volta a estar em discussão hoje mesmo, admitindo-se que o valor aumente devido à situação que ainda está em curso.
O obstáculo continua a estar em chegar a tudo aquilo que não é produzido no país.
“Vamos [todos] comprar nos mesmos lugares” a nível global, encontrando “fábricas fechadas” e com dificuldades nos transportes.
“Há uma conjuntura internacional que torna difícil esse acesso” a materiais e por isso há “um trabalho que está a ser feito para minimizar isso”.
Os últimos registos oficiais sobre o novo coronavírus em Moçambique indicam um total de 28 casos, sem vítimas mortais, e o país vive em estado de emergência durante todo o mês de abril, com espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações.
Durante o mesmo período, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos para entrar no país está suspensa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 413.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O número total de infetados na China desde o início da pandemia é de 82.249, dos quais 3.341 morreram e, até ao momento, 77.738 pessoas tiveram alta.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África ultrapassou hoje as 800 com mais de 15 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.
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