“Do ponto de vista turístico, este ser, no fundo, um setor em que todo este nosso percurso pode e deve ser demonstrativo da forma como lidámos com estas situações e, sobretudo, da segurança com que encaramos não apenas a saúde dos açorianos, mas daqueles que nos visitam também”, afirmou.

Vasco Cordeiro falava, em declarações aos jornalistas, na ilha Terceira, à saída de uma reunião com o presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Álamo Meneses, num primeiro encontro fora da ilha de São Miguel, desde que a região suspendeu os voos interilhas.

O presidente do executivo açoriano iniciou hoje uma ronda de contactos pelas nove ilhas dos Açores, para debater a retoma económica na região.

A Agenda para o Relançamento Social e Económico dos Açores, que conta com a participação de parceiros sociais e partidos políticos, será também tema de conversa nestes encontros, mas deverá ser conhecida antes do final da ronda.

“Espero dentro em breve estar já sujeita à consulta pública”, frisou Vasco Cordeiro.

Os Açores já reabriram quase todos os serviços e atividades económicas e retomaram as ligações aéreas e marítimas interilhas.

Os passageiros que aterrem na região deixaram de ser obrigados a ficar 14 dias em isolamento profilático, desde que façam testes à covid-19 à chegada (caso não o tenham feito 72 horas antes) e ao 5.º e 13.º dias.

Admitindo que ainda existe “algum receio”, o presidente do Governo Regional defendeu que é preciso “renovar a confiança das pessoas”, para que a economia possa “ganhar um novo impulso”, ainda que “com todas as cautelas”.

“Temos agora de olhar para frente, olhar para o futuro e, em união e mobilizando toda a capacidade que a nossa região tem, seja ao nível da administração regional, dos municípios, das empresas, para pôr novamente em andamento a nossa economia, porque isso é importante não apenas para a criação de riqueza na região, mas para a defesa e manutenção do emprego”, salientou.

Vasco Cordeiro destacou, por outro lado, a importância da colaboração entre Governo Regional e municípios na retoma da economia, dando como exemplo, no caso de Angra do Heroísmo, o contributo no campo social.

Também o autarca de Angra do Heroísmo defendeu a necessidade de medidas complementares para “retomar a confiança” e o “funcionamento pleno da economia”.

“O Governo Regional tem um plano muito alargado de apoio às entidades privadas, desde as questões do ‘lay-off’ até ao apoio à manutenção do emprego, e as autarquias têm de se colocar também dentro deste processo e assumir os encargos e resolver aquelas dificuldades que ficam para além daquilo que o Governo está a fazer. Este trabalho conjunto pode ter um efeito multiplicador no esforço que cada uma das instituições faz”, apontou.

O setor do turismo e as atividades conexas, como a restauração, são uma das principais preocupações do município, que defende uma aposta no turismo interno, numa altura em que poderão existir “mais dificuldades” na deslocação de emigrantes.

Álamo Meneses elogiou, por isso, que o restabelecimento da ligação marítima entre Angra do Heroísmo e Calheta (São Jorge) e a criação de uma linha que liga todas as ilhas do grupo central.

“São dois bons contributos para a acessibilidade da Terceira em relação às ilhas vizinhas e são um bom contributo para que pelo menos dessas ilhas as pessoas continuem a cá vir e que haja mais gente a circular”, frisou.

Os Açores estão há 15 dias sem registo de novos casos de covid-19, tendo apenas dois ativos dos 146 registados, desde o início do surto. Ocorreram 128 recuperações (em seis ilhas) e 16 óbitos (em São Miguel).

A ilha de São Miguel é a que registou mais casos (108), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).