O enclave palestiniano, com condições de saúde precárias e uma economia arruinada pelo bloqueio imposto por Israel desde 2007, ainda não registou casos positivos do novo coronavírus.

Segundo os dados oficiais, Israel tem mais de meio milhar de contagiados, o território palestiniano ocupado da Cisjordânia tem perto de 50 e o Egito regista quase 200 casos.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

As autoridades de saúde da Faixa de Gaza, governada pelo movimento radical Hamas, ativaram rigorosas medidas de prevenção para conter a doença e evitar a sua propagação entre os dois milhões de habitantes do território com grande densidade demográfica.

O porta-voz do Ministério da Saúde local, Ashraf al-Qedra, disse que as principais vias por onde poderia entrar o vírus são as passagens fronteiriças de Erez (com Israel) e Rafah (com a península egípcia do Sinai).

Como precaução foram encerradas no passado domingo, embora já estivessem limitadas a pessoas com autorizações especiais devido ao bloqueio ao enclave.

Além disso, as autoridades puseram numa quarentena de 14 dias cerca de 5.000 habitantes de Gaza que regressaram ao território nas últimas duas semanas.

Cerca de 2.000 estão em várias instalações escolares e o resto está em isolamento na sua habitação.

Também foram isoladas cerca de 80 pessoas com problemas cardíacos, cancro ou maiores de 60 anos que se deslocaram recentemente ao estrangeiro para receber tratamento médico.

As autoridades de saúde instalaram igualmente um hospital de campanha perto da passagem fronteiriça de Rafah com 30 camas, uma unidade de cuidados intensivos e pessoal médico equipado, em caso de necessidade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou na quarta-feira centenas de “kits” de testes e equipamento de proteção, numa operação coordenada com as autoridades israelitas.

“Em Gaza, o deteriorado sistema de saúde poderia ver-se rapidamente sobrecarregado se houvesse um surto de Covid-19”, o que poderia levar a uma “situação muito perigosa”, disse à agência noticiosa espanhola EFE uma porta-voz no terreno da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Foram ainda encerradas escolas e universidades até ao final do mês, mas a vida quotidiana na faixa segue o seu curso com mercados, lojas, escritórios e bancos abertos, embora nos locais de trabalho se tomem precauções higiénicas para prevenir o contágio, disse à EFE Reema Masri, uma habitante de Gaza.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.900 morreram.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Acompanhe ao minuto os efeitos do COVID-19 no país e no mundo.

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