Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), há “uma associação positiva” na AML entre o número de casos confirmados de COVID-19 por 10 mil habitantes com os territórios com a maior proporção de edifícios com sete ou mais alojamentos e com a densidade populacional mais elevada.
De acordo com dados divulgados hoje, a população estimada residente em 2019 no território das 19 freguesias que se mantém em estado de calamidade na Área Metropolitana de Lisboa era de 740.911 habitantes, representando cerca de 25,9% dos cerca de 2,9 milhões residentes nas restantes 99 freguesias da AML.
O território destas 19 freguesias, que representa a totalidade dos municípios da Amadora e Odivelas, seis freguesias de Sintra, duas de Loures e uma de Lisboa, apresentava uma densidade populacional de 5.232,1 habitantes por quilómetro quadrado (km2), sete vezes superior à do restante território da AML.
Amadora (7.740,5 habitantes por km2), Odivelas (6.094,7) e Lisboa (5.092,4) são os três municípios com freguesias em situação de calamidade com uma densidade populacional superior a 5.000 habitantes por km2.
A proporção de edifícios com sete ou mais alojamentos é de 30,6% neste território, também mais elevada do que na restante AML, onde 13,9% dos edifícios têm sete ou mais alojamentos.
“Em cerca de metade das freguesias do território em estado de calamidade, a proporção de edifícios com mais de sete alojamentos era superior a 39,9% e em 10% das freguesias esta proporção era superior a 67,3%” (em contraste com 11,2% e 47,5%, respetivamente, no restante território da AML), realçou o INE.
O número médio de divisões por alojamento e a área útil dos alojamentos por habitante no território em estado de calamidade (3,4 divisões e 32 m2 por habitante) é menor do que no restante território da AML (3,7 divisões e 39 m2 por habitante), verificando-se também uma maior homogeneidade entre os valores das freguesias no território em calamidade.
Segundo o INE, há uma associação positiva na AML entre o número de casos confirmados de covid-19 por 10 mil habitantes com a proporção de edifícios com sete ou mais alojamentos e a densidade populacional e uma associação negativa com o número médio de divisões por alojamento familiar.
Por outro lado, a associação do número de novos casos em 13 de julho (tendo em conta os últimos 14 dias) com estes três indicadores é “mais moderada”, bem como para o número de novos casos registados em 13 de abril (últimos 14 dias), com exceção do número médio de divisões por alojamento, “cuja associação era, então, fraca”.
Os dados completos da análise hoje divulgada estão disponíveis em https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=443697541&DESTAQUESmodo=2.
Portugal continental está dividido em três níveis para fazer face à pandemia de covid-19, estando a generalidade do país em situação de alerta, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) em situação de contingência (nível intermédio) e 19 freguesias de cinco municípios da AML em calamidade.
Nas 19 freguesias foi determinado o “dever cívico de recolhimento domiciliário” e a proibição de ajuntamentos com mais de cinco pessoas.
As 19 freguesias que permanecem em estado de calamidade são: Santa Clara (Lisboa), as quatro freguesias do município de Odivelas (Odivelas e as uniões de freguesias de Pontinha e Famões, Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, e Ramada e Caneças), as seis freguesias do concelho da Amadora (Alfragide, Águas Livres, Encosta do Sol, Mina de Água, Venteira e União de Freguesias de Falagueira e Venda Nova), seis freguesias de Sintra (uniões de freguesias de Queluz e Belas, Massamá e Monte Abraão, Cacém e São Marcos, Agualva e Mira Sintra, Algueirão-Mem Martins e a freguesia de Rio de Mouro) e duas freguesias de Loures (uniões de freguesias de Sacavém e Prior Velho, e de Camarate, Unhos e Apelação).
Portugal contabiliza pelo menos 1.679 mortos associados à covid-19 em 47.765 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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