Barcelona ordenou hoje o confinamento de 4 milhões de pessoas devido ao aumento de casos de COVID-19, um endurecimento de medidas que vários países europeus estão também a adotar face à ameaça de uma segunda vaga.
Segue-se uma lista de países europeus onde foram tomadas medidas mais restritivas devido ao aumento de novos casos de infeção pelo novo coronavírus.
- Espanha -
Quase 4 milhões de habitantes da área metropolitana de Barcelona (nordeste de Espanha) foram hoje aconselhados pelo governo regional catalão a "ficar em casa", saindo apenas para necessidades básicas, devido ao aumento de casos.
Nas últimas 24 horas, segundo o Departamento de Saúde catalão, foram notificados 1.111 novos casos na Catalunha, dois terços (772) dos quais na área metropolitana de Barcelona.
As autoridades regionais decidiram também encerrar cinemas, teatros e discotecas, limitar a 50% a capacidade dos bares e restaurantes, proibir reuniões de mais de dez pessoas e visitas a lares de idosos.
As medidas são aplicadas dois dias depois de as autoridades da Catalunha terem voltado a impor o confinamento aos habitantes da cidade de Lérida e municípios vizinhos, abrangendo um total de cerca de 250.000 pessoas.
Várias regiões espanholas, incluindo a Catalunha, reforçaram o uso obrigatório de máscara, alargado a todos os espaços públicos, mesmo que ao ar livre e quando haja distanciamento social. Apenas Madrid, Ilhas Canárias e Valência não impõem o uso de máscara em todas as situações.
- Portugal -
Um surto na área metropolitana de Lisboa levou as autoridades a decretar, a 1 de julho, medidas especiais de confinamento em 19 freguesias de cinco concelhos, vigentes pelo menos até ao fim de julho.
Os habitantes são aconselhados a permanecer em casa, saindo apenas para trabalhar, fazer compras, praticar desporto ou prestar auxílio a familiares e os ajuntamentos estão limitados a cinco pessoas.
Naquela data, a região de Lisboa e Vale do Tejo registava quase 70% dos novos casos infeção no país, com 218 das 313 infeções reportadas nas 24 nateriores.
- Reino Unido -
A 29 de Junho, o governo britânico voltou a impor o confinamento na cidade de Leicester (centro de Inglaterra), fechando lojas não essenciais devido a um surto local de casos covid-19, medidas que Londres prevê aliviar a 24 de julho.
A partir de 24 de julho, em toda a Inglaterra, o uso de máscara passa a ser obrigatório nos estabelecimentos comerciais, como já acontece na Escócia.
O governo encorajou contudo hoje os britânicos a retomar os transportes públicos e regressar ao trabalho a partir de 1 de agosto, dizendo que espera um "regresso ao normal" até ao final do ano.
- Irlanda -
O país tinha previsto reabrir todos os bares e ‘pubs’ a 13 de julho, mas anunciou na quinta-feira o adiamento da fase final de desconfinamento para 10 de agosto para evitar um aumento dos contágios.
Os ajuntamentos estão limitados a 50 pessoas dentro de casa e 200 ao ar livre, e o uso de máscara é obrigatórios nas lojas.
Números oficiais, de quarta-feira, registam 25.683 casos (mais 14 desde a véspera) e 1.748 mortes (mais duas) no país, não apontando para um aumento significativo dos casos, mas o governo justifica o adiamento com a necessidade de “proteger os progressos” alcançados em face de “preocupações muito reais de um aumento” das infeções.
- França -
Em França, a partir da próxima semana, todos os estabelecimentos abertos ao público, “em particular as lojas”, ficam obrigados ao uso de máscara.
Em seis municípios do departamento de Mayenne (oeste), que registou vários surtos de covid-19 e ultrapassou o limiar de alerta com 50,1 novos casos por 100.000 habitantes em sete dias, o uso de máscaras é obrigatório desde quinta-feira em locais públicos fechados.
Na região de Paris, o ministro da Saúde, Olivier Véran, advertiu que foram sinalizados “sinais fracos de recomeço” da epidemia, apelando à “vigilância” dos franceses.
- Bélgica -
Desde 11 de julho, o uso de uma máscara, até então obrigatório apenas nos transportes públicos, passou a ser obrigatório para qualquer pessoa com 12 anos ou mais em locais públicos fechados como lojas, cinemas, bibliotecas ou locais de culto.
A Bélgica, que regista uma das mais elevadas taxas de mortalidade por covid-19 (845 mortes por milhão de habitantes), anunciou hoje um aumento de 32% da média diária de novas infeções entre 7 e 13 de julho, quando comparada com a semana precedente.
- Alemanha -
As autoridades federais e regionais alemãs decidiram na quinta-feira adotar "medidas direcionadas" para enfrentar os surtos localizados de covid-19, com medidas de quarentena e de encerramento limitadas ao foco em causa, e não a todo o distrito.
As medidas preveem também a proibição de viagens nos locais onde haja surtos, enquanto houver aumento do número de infeções ou não houver certeza de que todas as cadeias de transmissão estão controladas.
A Alemanha, menos afetada pela pandemia que os países vizinhos, justifica as medidas com a necessidade de evitar uma segunda vaga, depois de um surto num matadouro, que infetou 1.500 trabalhadores, ter levado, em junho, ao confinamento de milhares de pessoas nos distritos de Gütersloh e Warendorf, restrições entretanto levantadas.
- Hungria -
O acesso ao seu território foi proibido desde meados de julho para pessoas de países da África e da América do Sul, da maioria dos países asiáticos e de alguns países europeus, por causa do ressurgimento mundial de casos da COVID-19.
O novo coronavírus, surgido em dezembro na China, já fez mais de 590 mil mortos, incluindo 1.682 em Portugal.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia, em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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