“Obviamente os doentes em diálise são doentes graves para ter uma doença de risco por covid-19. Nestas circunstâncias, aqueles cuja sua sintomatologia e patologia de base o justifique vão obviamente para os hospitais. No entanto, as clínicas têm indicações e procedimentos bem definidos”, disse Graça Freitas.
Na conferência de imprensa diária para fazer o balanço da pandemia de covid-19 no país, a diretora-geral da Saúde, que respondia a uma pergunta da RTP sobre um caso de uma clínica de hemodiálise que registou casos covid-19 e se mantém aberta, frisou que as clínicas têm de criar circuitos próprios.
“Um circuito para doentes covid-19 e um para não covid. E estes dois circuitos devem ser, não só separados fisicamente, como também com equipas distintas”, disse Graça Freitas.
A diretora-geral da Saúde não comentou nenhum caso concreto de alguma clínica concreta, mas considerou: “Pelo relato [feito pelo jornalista] essa clínica provavelmente estará a observar as boas práticas”.
Graça Freitas frisou que os doentes que necessitam de diálise “têm de continuar a fazê-la”, acrescentando que “os casos graves ou estão internados nos hospitais ou são acompanhados em hospital”.
Também na habitual conferência de balanço, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse que, no que diz respeito a mortes nos cuidados intensivos “a informação é que nas últimas 24 horas não houve nenhuma”.
No entanto, o governante notou que aguarda uma resposta sobre um óbito no Hospital de São João no Porto.
“Relativamente às mortes em cuidados intensivos é muito variável de dia para dia. E também de região para região. Sabemos que essa mortalidade acontece mais em idosos e com mais morbidades, mas, é importante dizê-lo, isso não é sempre assim”, disse António Lacerda Sales.
Portugal regista hoje 629 mortos associados à covid-19, mais 30 do que na quarta-feira, e 18.841 infetados (mais 750), indica o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
O relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de quarta-feira, indica que a região Norte é a que regista o maior número de mortos (355), seguida pelo Centro (146), pela região de Lisboa e Vale Tejo (115) e do Algarve, com nove mortos.
O boletim regista quatro óbitos nos Açores.
Em relação às 18.841 pessoas infetadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria - 17.539 está a recuperar em casa. Estão internadas 1.302 pessoas, 229 das quais em Unidades de Cuidados Intensivos.
Das mortes registadas, 413 tinham mais de 80 anos, 131 tinham idades entre os 70 e os 79 anos, 59 entre os 60 e os 69 anos, 18 entre os 50 e os 59 anos e oito óbitos na faixa entre os 40 e os 49 anos.
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